Parkinson é uma doença neurodegenerativa progressiva e incapacitante, que ocorre a partir da diminuição intensa da produção de dopamina, indispensável para o funcionamento normal do cérebro. Na falta dessa substância, o indivíduo perde o controle motor e os movimentos voluntários passam a não acontecer mais de forma automática.
Estudos apontam que múltiplos fatores contribuem para o surgimento da doença. Fatores ambientais como produtos químicos tóxicos advindos do contato de pesticidas, herbicidas e metais; agentes infecciosos ou mesmo partículas orgânicas danosas que atingiriam um individuo genética e constitucionalmente, podem promover alterações celulares que levariam à morte de neurônios produtores de dopamina.
O quadro clínico compõe-se por quatro sinais principais: tremores; lentidão nos movimentos; rigidez dos músculos e articulações e dificuldades de manter o equilíbrio. Seu diagnóstico preciso só pode ser feito por neurologistas. Exames laboratoriais e funcionais formam um importante arsenal para o diagnóstico da doença. Os exames complementares são indicados no caso de dúvidas quanto ao diagnóstico.
É importante ressaltar que quanto mais precoce o diagnóstico, o início do tratamento tende a ser mais rápido, o que garante uma melhora significativa na qualidade de vida dos pacientes.
TRATAMENTO
A doença de Parkinson não tem cura, mas os tratamentos conseguem atuar sobre os principais sintomas, diminuindo seus efeitos. Atualmente duas linhas de tratamento são indicadas: medicamentoso, que atua sobre os sintomas em diversas fases da doença; e cirúrgico, que pode ser ablativo (uma pequena lesão feita em um ponto do cérebro para bloquear algum sintoma) ou, ainda, a instalação de um eletrodo no cérebro (mais conhecido como DBS, do inglês deep brain stimulation), que possibilita o controle de alguns sintomas por meio de modulação elétrica daquela região. O especialista deve analisar muito bem as vantagens e desvantagens de cada método, individualmente, antes de indicar.
As principais novidades no tratamento da Doença de Parkinson estão, principalmente, entre as novas formas de administração de medicamentos, como, por exemplo, o uso de adesivos (já disponível) e o desenvolvimento de novas tecnologias, sendo a administração inalatória (ainda em testes) uma delas. São opções que podem ser extremamente benéficas aos pacientes que fazem uso de muitos remédios. Novas linhas, principalmente baseadas em controles imunológicos da doença, estão em testes, assim como novas drogas para os sintomas. É importante que medicamentos surjam, mas também é necessário o teste com muito controle, para estabelecer completamente a segurança dos pacientes.
No Brasil, os pacientes têm acesso aos principais medicamentos utilizados no controle clínico pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Os procedimentos cirúrgicos são contemplados pelo SUS de acordo com os protocolos de cada estado. O sistema privado (planos de saúde) dá cobertura para os procedimentos cirúrgicos de acordo com as coberturas contratada.
REABILITAÇÃO
Apesar da importância dos medicamentos, estes não melhoram todos os sintomas da doença de Parkinson. Por esse motivo, é imprescindível que o paciente tenha acesso a tratamentos complementares multidisciplinares, que incluem a fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, nutrição, psicologia, educação física e, em algumas situações, a orientação de enfermagem.
O reconhecimento do papel da fisioterapia na Doença de Parkinson já é bem estabelecido. São utilizadas algumas estratégias compensatórias e de reabilitação para melhora funcional e da atividade de vida diária, ou seja: marcha, equilíbrio, transferência, locomoção, vestimenta, entre outros.
A prática de exercícios físicos reduz o estresse oxidativo e promove a plasticidade neuronal. Além disso, a atividade física fornece melhor desempenho motor e qualidade de vida.
Quando o paciente sofre com alterações na fala, ele deve recorrer à fonoaudiologia. A melhora decorrente da fonoaudiologia é concreta no que diz respeito à fala e deglutição, com indicação o mais prontamente possível, a fim de prevenir problemas com a comunicação e nutrição do paciente.
Prevenir é sempre melhor que remediar, por isso os tratamentos coadjuvantes são indicados assim que é feito o diagnóstico.