A população que necessita ir ao Banco do Brasil em Campo Verde, já está calejada a longas demoras que são submetidas. Mas o problema ao invés de melhorar, está cada vez pior. O Diário esteve na última quarta-feira (4) na instituição bancária e pode acompanhar durante três horas de fila a agonia de quem depende do Banco. A intensão era apenas realizar uma consulta para saber os requisitos para abertura de conta, entramos na instituição as 9:26h e somente conseguimos ser atendidos as 11:40.
No local vários foram os relatos de pessoas que dependiam do banco e ficavam horas na fila de espera. Uma delas foi a senhora Joeli Marques Canguçu, que havia pegado sua senha as 9:00h e até 12:00h não havia sido chamada, “e pelo visto não vou conseguir ser atendida, do tempo que eu estou aqui somente três pessoas foram atendidas. Eu tenho que vir todos os meses no banco e toda vez demora, já aconteceu de eu entrar as 9:00h e sair somente as 14:00h e ainda estava com minha filha pequena.” Esse abuso por parte da instituição já foi reportado ao Procon e ao Ministério Público, por diversas vezes, mas nunca é resolvido.
A gerência da instituição alegou que devido ao inicio do mês os serviços do banco ficam congestionados, duas grandes fazendas da região destinam o pagamento de seus funcionários na agência do Banco do Brasil em Campo Verde. Devido a isto a demora seria inevitável, segundo a gerência. Disseram que depois do pagamento de uma destas empresas de agronegócios, que aconteceu na sexta-feira 29, os funcionários que tiveram algum problema para receber estariam no banco durante essa semana causando à demora. Ainda foi alertado que o tempo de espera seria ainda maior, se a outra grande fazenda da região também tivesse liberado os funcionários para pagamento.
O Procon (Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor) da cidade foi consultado e o número de reclamações do Banco do Brasil no local também é muito grande. Segundo o Chefe do órgão Bruno Sulzbacher “recentemente estamos recebendo muitas reclamações dos procedimentos bancários. Demora no atendimento, alguns procedimentos sendo limitados, descaso de funcionários, isso acaba prejudicando muito os consumidores.” Ele ainda revelou que os bancos do município são fiscalizados rotineiramente, e já foram autuados algumas vezes. “Nós efetuamos nosso procedimento, primeiro realizamos um procedimento orientativo, preventivo. Mas percebemos que agindo assim somos atendidos no inicio e depois deixam a situação voltar como estava antes. Diante dessa situação nós realizamos a autuação e em último recurso lavramos as multas, uma forma punitiva para que eles cumpram com sua obrigação perante o consumidor.” Outras instituições depois de multadas procuraram melhorar seus serviços segundo Procon, mais infelizmente alguns casos são crônicos no município. “Instituições de grande porte como está citada, tem uma resistência maior quanto às regras do direito do consumidor, já iniciamos conversas para que o problema seja resolvido. Acredito que futuramente vá melhorar, mas estamos trabalhando em cima disto, o consumidor que se sentir lesado tem que procurar o Procon. Quanto mais bases estatísticas tivermos em mãos melhor para tentarmos resolver a situação. Mas se não obtivermos respostas satisfatórias vamos continuar agindo de forma repressiva.” Completou o Chefe do Procon.
Quanto à questão do pagamento aos funcionários das grandes empresas do agronegócio da região Bruno enfatizou “nada disso impede que o banco tenha um serviço de qualidade ao cliente. Eles têm que se adequar, se a estrutura deles é pequena, eles tem que ter uma estrutura maior, se eles tiverem o quadro de funcionários reduzido eles terão que aumentar. O fato de terem clientes grandes, com número elevado de funcionários não é impedimento nenhum, muito pelo contrário. Essas empresas fazem girar o fluxo financeiro dentro do município e na própria instituição. Para nós é um argumento inválido.”