O tempo passa, as Leis se modificam, mas os casos envolvendo violência doméstica continuam sendo registrados em Campo Verde diariamente, essa semana por exemplo até essa quinta-feira (02) todos os dias houveram casos registrados pela PM.
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Além dos já reportados por várias vezes que se enquadram na Lei Maria da Penha, quando a violência parte do marido ou convivente, outros tipos de violência domestica estão sendo registrados. Brigas envolvendo pai e filhos, cunhados, genros e noras, assim por diante.
Os casos mais emblemáticos dos referidos acima foram registrados no último final de semana, no Bairro Jupiara, um parente chegou na casa do pai de uma vítima de violência, que estaria sendo agredida e ameaçada de morte pelo marido, e disse o que estaria havendo. O pai da moça preocupado com a situação foi até a residência, quando chegou no local foi recebido com agressões e foi ameaçado com uma faca, ele correu para sua residência e foi acompanhado pelo seu genro, já na casa do sogro eles entraram em vias de fato, o genro que estava alcoolizado acabou sendo imobilizado pelo sogro, que acionou a PM para conduzi-lo até a delegacia. O rapaz foi detido pelo policiais e ainda estava furioso quando a PM chegou ao local tendo que ser algemado. Ele foi conduzido até a delegacia onde foi detido.
Infelizmente casos como o citado acima não são incomuns, muita vezes até tratados como corriqueiros pela própria imprensa, que não divulga a maioria dos casos, já que em 80% deles a vítima retira a queixa, mesmo sendo vítima de agressão por mais de uma vez.
Na noite da última terça-feira (31) um caso de violência domestica de Maria da Penha foi registrado no Bairro Cidade Alta II e o agressor mesmo após ter ferido a vítima, foi conduzido até a delegacia e mais tarde foi liberado devido à retirada da queixa.
A Polícia Militar atende com eficiência a todos os chamados, sem olhar a quem, cumpre sua função com muita eficiência. Mesmo em casos onde eles já atenderam inúmeras vezes ocorrências de violência, vão novamente quando são acionados, mas devido a uma particularidade do casal a situação não é resolvida.
Mas por que isso ainda acontece ?
As agressões partem de uma pessoa com quem a vítima mantém relações íntimas de afeto, cujo rompimento coloca questões emocionais e objetivas, que envolvem a desestruturação do cotidiano e até mesmo o risco de morte para a mulher.
Neste cenário complexo, enfrentado por muito tempo de forma solitária, é fundamental que a mulher que rompe o silêncio seja bem acolhida pela sua rede pessoal e pelos serviços de atendimento.
Na prática, entretanto, a falta de conhecimento sobre as especificidades deste tipo de violência faz com que a mulher, muitas vezes, acabe sendo julgada por não colocar um ponto final naquela situação.
A própria dinâmica da violência doméstica, que costuma se repetir e se tornar cada vez mais grave e frequente, pode minar a capacidade de reação da mulher. A isso se associam ainda outros fatores, como a falta de informação e conhecimento sobre seus direitos e sobre a rede de atendimento, sentimentos de medo, culpa e vergonha, a dependência econômica do agressor para a criação dos filhos e a falta de acesso e/ou confiança nos serviços de atendimento a mulheres em situação de violência.
Ou seja, a pessoa agredida seja mulher ou parente, tem que se desvencilhar do agressor e se afastar primeiramente, pois os laços, as falsas promessas de melhoras podem causar um “engano consciente” nos agredidos.
A vítima tem que ter atitude, não adianta somente chamar a polícia na hora em que está sendo agredida, tem que fazer valer a sua decisão.