Uma megaoperação das forças policiais do estado de Mato Grosso, desvendou um esquema de fraudes na obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH).
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O nome dado a operação é “Mão Dupla”, desde as primeiras horas desta quarta-feira (05), deflagrada pela Delegacia Especializada de Crimes Fazendários e Contra a Administração Pública (Defaz).
A operação cumpre 60 ordens judiciais, sendo 25 mandados de prisão preventiva e 35 buscas e apreensões nas cidades de Cuiabá, Várzea Grande, São Félix do Araguaia, Chapada dos Guimarães, Campo Verde, Tangará da Serra, Juína e Rondonópolis. Os mandados foram expedidos pela 7ª Vara Criminal de Cuiabá.
Os policiais civis investigam crimes de corrupção ativa e passiva, inserção de dados falsos no sistema Detrannet e organização criminosa, para venda ilícita de carteiras, operados de dentro do Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso (Detran).
Do total, 20 servidores do Detran (Cuiabá e Tangará da Serra) e 15 particulares em colaboração, que são instrutores e donos de autoescola, com atuação conjunta de servidores que montaram um “verdadeiro balcão de negócios” dentro do órgão para o comércio de CNH’s.
As investigações do inquérito policial 210/2017 iniciaram com informações repassadas pela Coordenadoria de Fiscalização de Credenciados do Detran-MT e denúncias sobre a venda ilícita de CNH.
A organização criminosa operava no agenciamento de candidatos que não detém capacidade técnica, para serem aprovados nos exames práticos e teóricos de direção veicular. Eles eram cooptados a fazer o pagamento da CNH, sem necessidade de realizar os testes, apenas assinavam as listas de presença e os laudos de provas. Após iam embora sem realizá-los.
Durante os trabalhos investigativos foram juntado aos autos 21 confissões de candidatos que confirmaram o pagamento de valores que variavam de R$ 1 mil a R$ 4 mil, para serem aprovados sem a necessidade de realizar as provas do Detran.
O Diário chegou a denunciar nas últimas semanas, anúncios de pessoas que além de vender notas falsas, cartões desbloqueados em nome de terceiros, também vendiam CNH sem a realização dos exames necessários nas redes sociais de Campo Verde.
Segundo a apuração, os examinadores usavam proprietários ou instrutores de centros de formação de condutores (autoescolas) como intermediários, os quais ofertavam os serviços para os clientes, fazendo a arrecadação do dinheiro, e, em alguns casos, repassavam a parcela do examinador, “agindo de forma organizada e estruturada para o cometimento das fraudes apuradas, em desrespeito as regras e os procedimentos necessários para a obtenção do documento”.
Em Campo Verde houve somente mandados de buscas e apreensões de arquivos e documentos em uma autoescola suspeita, que não teve seu nome divulgado, não foi realizado nenhuma prisão segundo informou o chefe de investigações da Policia Civil Rodrigo Amorim.
Com base nas confissões e outros elementos de prova, a apuração confirmou que 30 candidatos foram beneficiados com as fraudes. Com a operação, a Polícia Civil espera chegar a um número maior de beneficiados.
Segundo o delegado Sylvio do Vale Ferreira Junior, que preside e coordena a operação, foi revelado a existência de corrupção sistêmica, praticada por servidores do Detran-MT, refletindo na segurança das vias terrestres com proporções no território estadual e nacional.
“Nenhum mato-grossense fica imune às ações dessa organização criminosa, haja vista que todos utilizam as vias terrestres brasileiras e mato-grossenses e estão sujeitos a serem vítimas de condutores incapacitados para trafegar pelas vias em veículos automotores”, destaca
Com informações do site Reporter-MT