Até dezembro de 2025. Esse é o prazo inicial para conclusão das obras do primeiro terminal da Ferrovia Estadual Senador Vuolo, que ligará Rondonópolis a Cuiabá e a Lucas do Rio Verde. Após muita especulação, Campo Verde foi escolhida para abrigar o terminal.
O anúncio foi feito pela Rumo Logística, responsável pelo empreendimento, na sexta-feira (4). As obras dos trilhos foram lançadas na segunda-feira (7), em Rondonópolis. O primeiro trecho a ser construído é entre Rondonópolis e Campo Verde. A previsão é que entre em operação já em 2026.
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A empresa estava realizando prospecções e estudos sobre onde o terminal seria instalado e além de Campo Verde, Primavera do Leste e Nova Brasilândia também estavam na expectativa de receber o terminal. Por fim, ficou decidido a instalação do terminal em Campo Verde.
O prefeito de Campo Verde Alexandre Lopes que estava em Brasília, comemorou a informação, que ficou sabendo através da imprensa. “Eu fiquei sabendo do anúncio através da Valor Econômico, que é um renomado veículo de imprensa do setor de economia e fiquei muito feliz, mas ainda não fui informado oficialmente, o que acredito que deva acontecer na segunda-feira, de qualquer forma recebemos com muita satisfação o anúncio. Foi muito trabalho, temos que agradecer a nossa equipe que desenvolveu projetos, realizou prospecções e apresentou a melhor viabilidade possível para que a cidade recebesse esse investimento, que pelo visto deu certo”, ressaltou.
Serão construídos mais de 700 quilômetros de trilhos, em dois ramais, ligando Rondonópolis até Cuiabá e outro ligando Rondonópolis até Lucas do Rio Verde. Segundo a Rumo S.A., serão investidos na obra entre R$ 14 bilhões e R$ 15 bilhões, dos quais cerca de R$ 4,5 bilhões serão injetados para levar 220 quilômetros de trilhos de Rondonópolis até Campo Verde.
A ferrovia estadual passará por 16 municípios e deverá gerar 100 mil empregos diretos e 100 mil indiretos. As obras, destaca a Rumo Logística, contarão com 22 pontes, 21 viadutos, cinco passagens inferiores, aproximadamente dois quilômetros de túneis e um total de 108 mil toneladas de trilhos.
Segundo o anúncio da companhia o terminal em Campo Verde deverá ser concluído até dezembro de 2025; o terminal de Cuiabá, em junho de 2026; o de Nova Mutum, em dezembro de 2027; e o de Lucas do Rio Verde, em dezembro de 2028.
Os prazos são flexíveis, segundo o contrato firmado no ano passado com o governo do Mato Grosso. As entregas poderão ter atrasos de dois anos sem necessidade de justificativa.
Para esse primeiro trecho, que irá até Campo Verde, a projeção da Rumo é que o limite de uma tarifa competitiva seria de R$ 304 por tonelada.
Inicialmente, a projeção era que a ferrovia, no total, demandaria de R$ 9 bilhões a R$ 11 bilhões de investimento. Em um cálculo atualizado, a Rumo agora prevê de R$ 14 bilhões a R$ 15 bilhões destinados à obra.
Indígenas assinam termo de compromisso
O líder indígena Antônio Tukureakireu, do povo Bororo, assinou o termo de compromisso sobre as obras da ferrovia que vai ligar Rondonópolis a Lucas do Rio Verde, sudeste ao norte do estado. A Justiça havia suspendido, em outubro, o licenciamento ambiental da construção porque não haviam ouvido os indígenas.
A assinatura também foi feita pelo Ministério Público Federal (MPF) e Defensoria Pública da União. O evento foi realizado na sede do Tribunal de Contas do Estado (TCE).
Os povos originários foram chamados para participar da reunião porque o empreendimento irá passar pelas Terras Indígenas onde vivem. Com isso, o governo prevê a realização da obra e a garantia dos direitos dos indígenas.