Devido aos casos suspeitos de H1N1 registrados no município de Campo Verde, na manhã desta quinta-feira (03), conversamos com o secretário de saúde do município, Altair Timóteo, a enfermeira da vigilância epidemiológica Vânia Franceschi e o médico Wallace Leão. Em entrevista eles falaram sobre os casos suspeitos e sobre a vacinação.
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Segundo o secretário, “nós temos trabalhado junto ao hospital, a atenção básica e a vigilância, para acompanhar os casos suspeitos no município, temos tratado desse assunto com muita responsabilidade. Os pacientes foram tratados com todos os meios necessários e desses três casos suspeitos infelizmente tivemos um paciente que veio a óbito, estes casos estão sendo investigados com nosso apoio e estamos acompanhando, assim que tivermos uma resposta se a esses pacientes estavam infectados com H1N1 realmente iremos comunicar a população. Não há nenhum interesse da secretaria de saúde omitir algum fato relacionado ao nosso município. Sabemos que o vírus H1N1 está espalhado em todo território nacional, Campo Verde não está livre, mas se por um acaso acontecer estaremos prontos para dar o suporte a população.”
Ele frisou que a vacinação nos grupos prioritários está acontecendo normalmente, mas devido à demora da entrega da vacina e a grande procura da população, em alguns postos de saúde ela se esgotou, mas logo será reposta. Quem fornece as vacinas é o próprio ministério da saúde, ele quem definiu os grupos prioritários e está dispondo de modo gradual as vacinas aos estados. “Vale ressaltar que não é o município que define quem pode e quem não pode se vacinar nos postos de saúde, isso é definido pelas políticas públicas do ministério da saúde, se pudéssemos vacinaríamos toda a população, mas infelizmente isso não é possível, então pedimos que as pessoas entendam isso,” resumiu o secretário.
A enfermeira da vigilância epidemiológica Vânia Franceschi, revelou que “a síndrome gripal aguda, também é notificada a exemplo de outras doenças transmissíveis, casos suspeitos são notificados à vigilância epidemiológica que consegue a liberação do Tamiflu, que é o medicamento recomendado para essa doença, como são suspeitas os pacientes usam de maneira preventiva. Essa notificação vai para o estado e depois para o ministério da saúde, nós encerramos essa notificação somente após chegarem os resultados confirmando ou não os casos da doença, no caso da H1N1 demora cerca de 28 dias para obter esse resultado.”
Em Campo Verde dentro do grupo prioritário estão: idosos com mais de 60 anos, indígenas, gestantes, mulheres que deram à luz a menos de 45 dias (puérperas), crianças com idade de 6 meses a 4 anos, 11 meses e 29 dias e trabalhadores da saúde. Também devem ser imunizados professores e portadores de doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas específicas mediante prescrição médica.
Esse grupo no município representa a quantia de 6.527 pessoas em Campo Verde, é sobre essa quantia que o ministério da saúde vai disponibilizar as vacinas para Campo Verde. “Nós recebemos 30% depois mais 11% e amanhã receberemos 12%, apesar de não ser o total, na próxima semana segundo nos informaram no escritório regional, devemos receber o restante das vacinas, até porque teremos o dia “D” da vacinação no próximo dia 12,” revelou Vânia.
Devido a essa falta e a procura que se tornou intensa, muitos postos de saúde já estão sem doses da vacina, mas segundo o secretário de saúde Altair, todos do grupo prioritário serão vacinados em Campo Verde até o final da campanha que será no dia 30.
O médico Wallace Leão ainda explicou que esses casos suspeitos que aconteceram em Campo Verde, receberam todos os cuidados necessários, mas em pelo menos dois deles, os pacientes não reagiram à velocidade da doença e acabaram tendo que ser transferidos para unidades de terapia intensiva (UTI). “Os casos são somente suspeitos, mas devido à agressividade da doença nós suspeitamos que pudesse se tratar de H1N1, que até agora ainda não foi confirmado, um dos pacientes infelizmente não resistiu, mas a segunda paciente está reagindo. Nosso problema é justamente que o H1N1 é um subtipo viral, essa época do ano é comum às que pessoas gripadas procurem os postos de saúde e hospitais, não tem como identificar se o paciente está com H1N1, ou outro subtipo apenas examinando, nossa recomendação é que se houver uma evolução grande, com febre alta e insuficiência respiratória, ai sim procure atendimento médico.”
A recomendação inicial do médico é que primeiramente os pacientes procurem a unidade de saúde básica do seu bairro, conforme a gravidade da situação eles vão realizar exames ou encaminhar para o hospital. “Evitar procurar o hospital até mesmo para o bem dos pacientes, tem que evitar aglomerações, o médico do PSF vai realizar a ausculta pulmonar, pedir exames, para saber se é uma gripe comum ou pode evoluir para uma gripe mais severa,” finalizou o médico.
O secretario Altair Timóteo ainda nos revelou que devido a grande procura, a partir da próxima semana serão disponibilizados mais 400 atendimentos pediátricos, já que a procura por atendimento a crianças também cresceu bastante. Esses atendimentos serão distribuídos entre os PSF’s e também no Centro de Especialidades Médicas (CEM). A partir da próxima semana para diminuir essas filas, novos profissionais já estão a disposição para realizar esse atendimento.
De qualquer forma os cuidados de lavar sempre as mãos com água e sabão, ou álcool gel, evitar locais fechados e ainda tomar os devidos cuidados ao circular em áreas comuns é necessário para prevenção, já que o vírus é transmitido pelo contato, então se estiver gripado com coriza, andar com lenços de papel, descartáveis, quando colocar a mão na boca para espirrar e tossir lavar as mãos, enfim, para evitar que a gripe se espalhe e em consequência os casos mais graves.