A vacina BCG está em falta em todo território nacional e isso não é de hoje, mas os estoques ficaram realmente críticos no estado de Mato Grosso neste mês, mas enquanto em alguns municípios a vacina já acabou, em outros como em Campo Verde, a economia deste recurso importante está garantindo a imunização dos recém-nascidos, pelo menos até agora.
O desabastecimento da vacina começou em maio, quando a única fábrica autorizada a produzir o imunizante no país foi interditada pela Anvisa. As instalações pertencem à Fundação Ataulpho de Paiva (FAP), localizada no Rio de Janeiro.
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O Ministério da Saúde enviou uma circular aos estados informando que diminuiria de 1 milhão para 500 mil o número de doses enviadas mensalmente devido à dificuldade de compra e à baixa disponibilidade nos estoques nacionais. O problema deve durar pelo menos sete meses. Em fevereiro, o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) abriu um inquérito para investigar possíveis irregularidades na gestão da fundação.
Mas enquanto os problemas não são resolvidos, o que fazer, já que o ideal é que a vacina BCG seja aplicada ainda na maternidade, no máximo, até o fim do primeiro mês de vida.
Em Campo Verde, a estratégia que já vem sendo adotada, mesmo antes da crise, é utilizar de maneira racional as ampolas de BCG que são multidoses. A responsável pela imunização da Vigilância Epidemiológica, enfermeira Amélia Pereira, conta que a vacinação passou a ocorrer em dias distintos e locais diferentes. “Aqui na cidade há bastante tempo estamos concentrando a vacinação em dois dias da semana, em postos de saúde distintos. Toda semana muda, desta maneira nenhuma mãe fica desassistida e economizamos as doses, evitando desperdícios. As ampolas têm 20 doses, então temos que utilizar de maneira racional, por enquanto está dando certo, não tem faltado, mas caso demore ainda mais o repasse do Ministério, podemos ter que apertar ainda mais esse controle, porém, até o mês de setembro não devemos ter falta de doses”, explicou.
Desde que os problemas com a produtora nacional começaram, o Brasil tem obtido doses de BCG com o Fundo Rotatório da Organização Pan-Americana da Saúde (PPAS), braço regional da OMS, Organização Mundial da Saúde. O fundo fornece vacinas e insumos, como seringas, a governos locais e nacionais que não têm produção nacional disponível.
Previsão de regularização de estoque é setembro
Desde a semana passada, a cidade de Cuiabá está sem o imunizante BCG, vacina administrada nos primeiros dias de vida do bebê e que protege contra a Tuberculose. O Ministério da Saúde encaminhou em 29 de abril o Ofício Circular nº 80/2022/SVS/MS a todos os estados brasileiros justificando a redução das remessas de vacinas BCG devido a dificuldades de aquisição. Um novo Ofício Circular (nº110/2022/SVS/MS) foi enviado pelo Ministério da Saúde em 20 de junho, reiterando o desabastecimento e informando que a regularização na entrega das doses está prevista para meados de setembro.
Conforme orientação passada pela Rede de Frio Estadual / MT, que realiza a distribuição das vacinas enviadas pelo Ministério da Saúde em Mato Grosso, não há mais estoque do imunizante para ser distribuído.
Foi informado à SMS que, tão logo a situação do estoque nacional da vacina BCG seja regularizada, a Rede de Frio retomará a distribuição do imunizante, conforme a necessidade da rede municipal e um novo cronograma será divulgado.