Em Mato Grosso, a quebra da segunda safra de milho deve superar as 15 sacas por hectare, em média, na comparação com a temporada 2019/20. É o que aponta a última estimativa do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), que atribui a diferença ao plantio tardio e à falta de chuvas durante o desenvolvimento das plantações.
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As lavouras de milho estão preocupando os produtores de Campo Verde e região, o pior cenário esperado atingiu as plantações nesta safrinha de milho.
E os efeitos da estiagem no desempenho das lavouras de milho se confirmam em números. Segundo nova estimativa do Imea, a produtividade média das plantações no estado caiu para 93,8 sacas por hectare, recuo de 7,62% em relação a projeção divulgada no mês passado. São 15,22 sacas por hectare a menos que o volume médio colhido em 2019, o que consolida o pior desempenho desde a temporada 15/16, quando uma seca severa derrubou a produtividade média dos milharais para 73,7 sacas por hectare.
Essas expectativas são do Imea, porém da média do estado, mas em Campo Verde segundo as estimativas do Sindicato Rural local, as perdas devem ser bem maiores, em torno de 20 a 25%. Existem produtores inclusive, segundo O Diário apurou, que estão se antecipando e utilizando o milho verde que eles sabem que não vão vingar, devido à falta de umidade, para fazer silagem.
Segundo Alexandre Pedro Shchenkel Presidente do Sindicato Rural de Campo Verde, “as chuvas foram poucas na região, ao contrário das expectativas dos produtores, que apostaram mais no milho nesta segunda safra, até mesmo por ser uma cultura que possibilitava um maior custo benefício em relação ao algodão, cultura muito tradicional na região, justamente por preverem que poderiam ter problemas”.
As chuvas segundo o climatologista Rodrigo Marques da UFMT estão bem abaixo da média histórica no estado de Mato Grosso, porém ainda devem ser maiores que a média do ano passado, o maior problema foi justamente o plantio fora da janela ideal, uma aposta que para muitos não deu certo.
“Os índices pluviométricos foram menores este ano. Também tivemos as chuvas muito espaçadas e agora no final, no momento de enchimento de grãos, mais da metade da lavoura não teve chuva suficiente para encher o grão, a gente acreditava que poderia dar chuvas, mas, infelizmente, poucos foram contemplados, alguns produtores tiveram a sorte de chover, mas não foram em todas as áreas”, disse ele.
Com a quebra da safra, a produção total deve ficar em 32 milhões de toneladas, queda de 9,72% na comparação com a safra passada, quando os produtores colheram mais de 35 milhões de toneladas do cereal. O prejuízo somente não chega a ser catastrófico por que a área do milho aumentou bastante nesta safrinha, mesmo assim deve faltar o produto no mercado nacional, e encarecer os preços tanto do cereal, quanto das carnes, que dependem dele, já que neste momento, com a moeda desvalorizada, vale a pena exportar.