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NOTÍCIAS DE CAMPO VERDE Sexta-feira, 24 de Maio de 2019, 10:42 - A | A

Sexta-feira, 24 de Maio de 2019, 10h:42 - A | A

CIDADE

Retirada de invasores de imóvel em CV gera polêmica e até agressões

O motorista de secretária de obras, que não tinha nada haver com a história, acabou sendo agredido e por pouco a situação não se transformou em uma tragédia ainda maior. Parte da população apoia a família.

Paulo Pietro
Campo Verde

Uma situação de retirada de uma família de uma residência no Bairro Santa Rosa, está gerando muita discussão nas redes sociais em Campo Verde.

A família em questão invadiu o imóvel que estava abandonado há algum tempo, segundo as informações obtidas com a Secretaria de Habitação do Município, a residência em questão estava sob judice, já que o proprietário original do imóvel o abandonou, mudou-se para outra cidade sem dar maiores explicações e sem pagar a taxa mensal da qual era devida.

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“Na verdade a antiga moradora desse imóvel realizou uma venda ilegal desse bem para um terceiro, mas como nós percebemos a situação e alertamos o novo morador sobre a ilegalidade do tramite ele acabou desfazendo o negocio a tempo. Depois de muita procura e esforço dos funcionários da Secretaria de Habitação, conseguimos encontrar a antiga moradora no município de Jaciara, explicamos como funcionava a questão e ela concordou em assinar um termo de devolução do bem, já que ela não se encaixava mais nos requisitos para ser moradora do Bairro, que foi concedido através de incentivos do poder publico.” Explicou o secretario de habitação Jucelino Neves.

Nestes casos o imóvel volta para a Caixa, quem indica quem serão os novos moradores da residência é o Conselho de Habitação do Município, que já possui uma demanda de famílias que passam por dificuldades e necessitam da ajuda para se manter, como a taxa paga é bem menor que o valor de um aluguel, essas famílias são as destinatárias desses imóveis.

Mas o que aconteceu neste caso específico, é que entre esse processo, um terceiro invadiu a residência, por várias vezes segundo nos informaram, tanto assistentes sociais do CREAS, quanto funcionários da habitação, tentaram conversar com o homem que havia invadido o local, que segundo as informações teria origem da cidade de Várzea Grande, mas em nenhuma situação obtiveram sucesso.

“O invasor nunca se quer disse seu nome para as pessoas que o procuraram, nem mesmo para o oficial de justiça. Nossa intensão era fazer tudo de forma legal e tranquila, iriamos verificar sua situação e colocar ele e sua família neste cadastro se fosse o caso, que depois seria analisado pelo conselho, mas o homem sempre foi ríspido, nunca quis passar nenhuma informação. Diante do fato o caso foi parar na justiça, que decidiu que o homem deveria sair da casa, o oficial de justiça foi até a residência do homem na última terça-feira (21) e o avisou sobre o tramite, disse ainda que se fosse o caso daria um prazo, até essa sexta-feira (24) para que ele retirasse seus bens do local, mas ele disse que não aceitaria nenhum prazo, e que ninguém nem juiz, nem polícia iria lhe tirar dali, ainda realizou ameaças,” segundo revelou Jucelino.

Diante da negativa do invasor , foi expedido um mandado pela justiça de reintegração imediata da posse, o qual com o apoio da Polícia Militar foi realizado na última quarta-feira (22). Como não havia ninguém na casa e os vizinhos se recusaram a passar maiores informações, foi necessário chamar um chaveiro e retirar os objetos da residência com a ajuda de movimentadores de cargas e com o apoio de um caminhão da secretaria de obras da prefeitura.

Agessão e Danos ao Patrimônio

Quando foi sair do bairro, o motorista do caminhão que estava realizando o transporte dos móveis foi fechado por um veículo, um dos homens que seria supostamente o invasor do imóvel, arrastou o motorista para fora do caminhão, o agrediu e pegou uma marreta para tentar lhe causar ferimentos, que poderiam ter sido fatais. “Eu estava passando no local, voltando para secretaria, já que realizei o acompanhamento da situação, percebi que o caminhão estava parado e vi um homem correndo com uma marreta atrás do motorista e parei para ajuda-lo, o motorista que estava apavorado disse para mim sair, nem momento o homem bateu com a marreta contra o vidro traseiro do veículo da Secretaria de Habitação, o vidro ficou destruído, mas nós fomos embora, rumo a delegacia, para prestar queixa,” disse o secretario.

Depois de quebrar o carro da secretária o homem ainda aplicou vários golpes de marreta no caminhão que ficou parado no local, com seus moveis.

O boletim foi registrado, mas o suspeito não foi encontrado no local no momento da busca.

 

Alguns moradores acreditam que atitude foi injusta 

 

Muitos moradores do Bairro Santa Rosa e de regiões adjacentes, declaram apoio à família que acabou sendo tirada da residência, alguns até mesmo de forma veemente.

A justificativa dos apoiadores é que muitas vezes essas residências vazias, acabam sendo utilizadas para venda ou uso de entorpecentes, e quanto a isso segundo as postagens o poder publico não faz nada, como vocês podem conferir.

Eles dizem que as família que estava no local passava por necessidades, que inclusive um dos filhos do envolvido no caso é uma pessoa especial, que estuda na APAE.

A justificativa tanto do judiciário, quanto da Secretaria de Habitação, é de existe tramites legais que devem ser cumpridos, que o imóvel simplesmente não pode ser invadido, ainda que existem outras famílias na mesma situação de vulnerabilidade que já aguardavam por uma oportunidade.

Nós apuramos que existem mais três residências que estão em estado de abandono no Santa Rosa e uma no Bairro Recanto dos Pássaros I, inclusive isso já foi matéria de uma edição do jornal O Diário em 2017.

Diferente deste caso específico, os demais proprietários das residências abandonadas nunca foram encontrados para tentar dar uma solução a pendencia, nem mesmo pela justiça. Quanto a essa questão, depende de um tramite mais complexo, que além de envolver a justiça ainda envolve a Caixa Econômica que financiou o projeto de moradias populares na época, algumas delas estão fechadas há mais de quatro anos e o poder público fica de mãos atadas, não podendo permitir que novas famílias se responsabilizem pelos imóveis.    

   

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