Um projeto do Sindicato Rural de Campo Verde, talvez, de maior relevância social da entidade no município, a equoterapia acaba de retomar suas atividades presenciais após meses sem atendimento devido à pandemia de Covid-19.
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Durante este período a equipe de atendimento manteve os trabalhos internos, sobretudo no treinamento constante dos cavalos. Atualmente, a equoterapia tem capacidade para atender 36 praticantes. Porém, existe uma fila de espera de mais de 100 crianças, tamanha a importância e eficiência da terapia.
O projeto foi criado pelo Sindicato Rural em maio de 2019 e logo atingiu seu limite de alunos. A psicóloga Angelina Azevedo, explicou que o seu papel neste projeto é juntamente com a equipe, trabalhar o desenvolvimento biopsicossocial. “Geralmente as pessoas pensam que os psicólogos trabalham somente essa parte emocional, aqui vamos lidar também com gestão de equipe, avaliação dos praticantes e dar suporte para as famílias nestas questões. Tem também a questão da afetividade com o animal, como as crianças vão lidar com os cavalos, tem crianças que chegam aqui com baixa estima, questões de confiança, tudo isso é trabalhado na equoterapia, alguns dos nossos alunos tem dificuldade de locomoção e eles sentem no cavalo esse apoio, principalmente porque o andado do cavalo se assemelha ao do ser humano, quando estão em cima do cavalo e conseguem ter esse movimento, essa estabilidade, percebemos o quanto essas crianças vão desenvolvendo essas habilidades, essa coragem, autonomia e perda do medo, que é uma das principais queixas que os pais tem quando chegam aqui”.
A equoterapia é tão interessante que em poucas aulas os pais percebem o desenvolvimento biopsicossocial aumentar. A fisioterapeuta Cauane Lopatiuk que faz parte do projeto disse que os resultados são fantásticos, “na parte motora conseguimos melhorar e prevenir as patologias que eles nos trazem, conseguimos trabalhar a força muscular, ajuste de equilíbrio, melhora do tônus e inclusive o desenvolvimento da marcha, que gera um estimulo muscular e cerebral para os alunos, é como se o cérebro entendesse que ela está realizando um movimento que até então não fazia. Temos casos de crianças que no início não conseguia ter controle de tronco, e com o tempo conseguiu inclusive controlar sozinho o cavalo, ela ganha mais independência nos movimentos e isso é extremamente relevante”.
A mãe de um aluno Fernanda Lopes, corrobora com tudo que foi dito pelas profissionais, o filho dela Heitor nasceu prematuro de seis meses. Essa prematuridade fez com que ele tivesse muitos problemas motores, segundo a mãe, Heitor não conseguia se quer se equilibrar em uma bicicleta, mesmo com rodinhas. “Eu percebi a melhora em pouquíssimo tempo, com três, quatro meses de equoterapia ele começou a ter esse equilíbrio, apesar de ainda não andar sem rodinhas na bicicleta ele já consegue pedalar, tem um bom controle do tronco, que antes não tinha. Também tem a questão da afetividade com os animais que antes não tinha”, disse Fernanda.
O projeto é encabeçado pelo Sindicato Rural de Campo Verde e conta com o apoio de doadores para ser mantido. A meta deste ano é dobrar a capacidade de atendimento, para reduzir a fila de espera. Por isso, o Sindicato Rural de Campo Verde faz um apelo a todos os produtores rurais, empresários e cidadãos do município que possam contribuir com este projeto social que leva tanta qualidade de vida a crianças com necessidades especiais
