Dezenas de bairros sem água e um prejuízo de aproximadamente R$ 100 mil. Foi o que ocasionou o furto de cabos de energia de poços na cidade de Campo Verde. Apenas em 2022, nove ocorrências desta natureza foram registradas pela Concessionária Águas de Campo Verde.
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Os últimos furtos foram registrados nos dias 14 e 20 de março, e deixou pelo menos 17 bairros sem acesso a águas, depois que os cabos dos poços localizados na Avenida Rotary Internacional e Marechal Cândido Rondon, foram levados por criminosos. No caso do furto realizado no dia 20, os moradores ficaram 24 horas sem água, em pleno final de semana.
Além de prejudicar a população, os furtos trouxeram prejuízo de R$ 100 mil para a Concessionária, que registrou boletins de ocorrência, e tem mantido uma equipe em rondas pelos locais onde mais ocorrem os crimes.
A Polícia Civil, investiga os casos, e já teria inclusive identificado donos de estabelecimentos comerciais de venda de materiais recicláveis e ferros de Campo Verde e da região que estariam comprando os cabos. “Existe uma investigação em andamento, até o presente momento não conseguimos identificar os autores, mas temos informações que há pessoas comprando esses cabos de energia, tanto de Campo verde como da região. Então agora estamos investigando os receptadores, para assim chegarmos aos autores”, expôs a delegada de Campo Verde Cinthia Cupido.
A delegada ressaltou ainda, que além da punição para quem pratica o crime de furtar os cabos, quem compra o material, também deve sofrer as consequências da lei. “Vais responder pelo crime de recepção qualificada, que tem pena de reclusão de 3 a 8 anos”, destacou.
CRESCIMENTO NOS CRIMES DESTA NATUREZA
Não é somente em Campo Verde que crimes desta natureza tem crescido. Em Cuiabá, em um ano, o número de furtos de fios de energia aumentou 11,8%. Segundo a Associação Brasileira do Cobre, os crescentes casos de furtos e roubos de fios é motivado, entre outras coisas, pela alta do metal, já que o cobre no mercado global mais do que dobrou de preço.
Alguns estados Brasileiros como Santa Catarina e Rio de Janeiro, criaram legislações especificas, para tentar diminuir esses tipos de ocorrências. No Rio de Janeiro, somente estabelecimentos comerciais cadastrados na Delegacia de Roubos e Furtos – DRF da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro (PCERJ), poderão comercializar cabos, fios metálicos, geradores, baterias, transformadores e placas metálicas. Além disso, ferros-velhos deverão manter um livro próprio para registro de todas as compras e vendas dos materiais, além da emissão de nota fiscal destas operações.
A medida tem punições previstas que vão desde a aplicação de multas, no valor inicial de R$37 mil – cerca de 10 mil UFIR-RJ, até o cancelamento da inscrição no cadastro de contribuintes do ICMS e a suspensão dos sócios que praticarem essa ação.
