A divulgação do Mapa de Mato Grosso, com as divisas alteradas, por parte do Instituto de Terras de Mato Grosso -Intermat e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, acabou de vez com a esperança dos moradores de comunidades rurais próximas a Campo Verde, que ainda acreditavam que conseguiriam reverter as mudanças, já que na opinião deles, o que deveria valer é a opinião popular.
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O Jornal O Diário tem acompanhado de perto manifestações dos moradores que já se reuniram com políticos tanto da esfera executiva, quanto legislativa, pedindo apoio para a luta pela revisão da decisão judicial, que tornou grande parte das comunidades próximas e assistidas pelo poder público de Campo verde, como pertencentes a outros municípios.
Foi uma decisão política, acatada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) que declarou inconstitucionais as leis que alteraram as divisas. A ação foi movida pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT), que alegou que as leis nº 10.403/2016 e nº 10.500/2017 eram inconstitucionais, uma vez que foram aprovadas sem qualquer consulta prévia às comunidades afetadas. Porém, a população desta região, diz o contrário e pede aos representantes o socorro necessário, que depois de mais de um ano, parece que não vai vir.
Os moradores iniciaram processos de plebiscitos para ter documentos e chamar atenção de políticos de âmbito estadual e federal, para que possam intervir na situação, já que temem ficar mais uma vez sem assistência, como aconteceu por muito tempo.
Porém, depois de meses, eles sentem que foram, de certa maneira, traídos por uns e deixados de lado por outros, que simplesmente não tiveram o mesmo esforço de outrora, como o próprio prefeito de Campo Verde Alexandre Lopes, que é do PDT, ironicamente do mesmo partido que pediu a nulidade da legislação.
Na época o deputado Elizeu Nascimento (PL), afirmou a reportagem, que iria brigar para que a vontade da população que vive nestas comunidades fosse ouvida. “Vou conversar com outros deputados, colegas e mostrar tudo que vimos aqui, pois o que tem que ser respeitado é a vontade da população”, disse na Época.
No ano passado já sem tantas esperanças, os moradores dessas regiões recorreram até a ajuda divina, algumas comunidades rurais de Campo Verde aproveitaram o feriado de Nossa Senhora Aparecida, muito cultuada na região, para ter um momento de fé e pedir a Deus o que os homens ainda não conseguiram resolver.
Os fiéis saíram da Praça João Paulo II e caminharam mais de 35 km até chegar as comunidades, atravessando a madrugada por ruas, rodovias, estradas vicinais, até chegar em seus destinos finais. Em comum, muitos desses moradores tinham o pedido a Santa de enfim ser decidido pertencer a Campo Verde.
Um desses moradores Edmilson Silva, líder da comunidade da Mata Grande, se emocionou ao explicar para reportagem na época, o motivo de tanta devoção e vontade de fazer parte de Campo Verde, “Só quem já passou pelos anos difíceis que passamos esquecidos pelo poder público, sabe como é ficar à margem da sociedade. Antes de o município de Campo Verde nos abraçar tudo que havíamos conquistado estava abandonado, com esse pertencimento a Campo Verde nós ganhamos muito, mas infelizmente estamos correndo o risco de perder tudo novamente devido à política, pois a maioria do povo já demonstrou sua vontade”, disse o morador em referência às reuniões com pedidos de plebiscitos realizadas ainda no primeiro semestre de 2021.