As investigações sobre a Operação Lote Limpo iniciada no mês passado pela Polícia Civil de Campo Verde, pode tomar novos rumos, isso porque um dos envolvidos que já foi detido no caso, Diego Henrique dos Santos Campagnolo, através do seu advogado de defesa Gustavo Soares Bonifácio, propôs ao Ministério Público um acordo de Colaboração Premiada.
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Esse processo de colaboração consiste em trocas de informações pertinentes sobre o caso, minucias sobre o crime, sobre como agia a organização criminosa, ajudando no rumo das investigações. Essa colaboração, como estamos acompanhando em nível nacional com a Operação Lava Jato, tem o objetivo de convencer o Ministério Público que as informações que o réu possui são reveladoras e de fato possuem consistência jurídica, que valham a pena ser investigadas. Em troca o réu que se dispôs a colaborar com a justiça teria a pena reduzida ou mesmo isenta em alguns casos.
O advogado Gustavo Soares Bonifácio concedeu uma entrevista ao Jornal Diário sobre esse pedido de Colaboração que já foi protocolizado no Ministério Público da cidade. “Essa ação da defesa visa esclarecer os detalhes da organização criminosa, a definição de tarefas dentro do grupo, a participação de pessoas entre outras informações que forem interessantes ao processo.”
Questionamos ao advogado se a participação de outros envolvidos estaria entre essas informações, ele respondeu que o conteúdo da colaboração não poderia ser revelado, até porque não foi apreciado pelo Ministério Público, mas citou que “o Artigo 4° da Lei de Organização Criminosa aponta o que é na verdade objeto interessante de ser revelado em uma colaboração premiada, uma delas é a possível indicação de outros participantes, colaboradores do delitos, também quanto a divisão de tarefas dentro da organização, o que caberia a cada um dos envolvidos fazer.” Ele ainda explicou que a intensão do seu cliente em colaborar já foi protocolizada e está aguardando resposta do MP, “agora o promotor fará apreciação deste pedido e se julgar conveniente a colaboração, ela virá com o termo que deve trazer as condições e a forma como meu cliente fará essa delação, contribuindo desta maneira com os fatos.”
Essa colaboração goza de um sigilo absoluto até a homologação judicial, após isso, a colaboração vai para os autos que são públicos, tanto para os demais envolvidos, quanto para imprensa e toda a população.
Quanto à segurança do cliente que propôs essa delação, o advogado nos disse que “essa colaboração é acima de tudo um ato de coragem do meu cliente, o delator cria uma indisposição com possíveis novos envolvidos no bojo da ação penal, se possível nós vamos solicitar a Juíza, que se aceito essa colaboração, o cliente possa ser deslocado para um local onde sua integridade seja resguardada.”
Essa é possivelmente a primeira Colaboração Premiada proposta por um advogado no município, abrindo espaço para mais essa prática da defesa, que apesar de existir desde o ano de 2013, nunca havia sido usada em Campo Verde.