Pode até parecer reportagem repetida, mas infelizmente não é, moradores do Bairro São Miguel flagraram mais uma vez o despejo incorreto de efluentes na mata, atrás da subestação da empresa Águas de Campo Verde.
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O Diário obteve mais uma vez com exclusividade as imagens gravadas pelo colaborador Magno Ronnis, obtidas na tarde desta quarta-feira (10). O mal cheiro já incomodava os moradores da região, quando fomos avisados sobre o problema, novamente o foco do despejo era no local onde houve a primeira denuncia ainda em dezembro do ano passado.
Na época a empresa Águas de Campo Verde, concessionada dos serviços de água e esgoto do município, justificou que devido ao excesso de chuvas a rede não aguentou e por esse motivo houve o vazamento. Mas agora devido ao período de estiagem não se tem uma chuva consistente no município há quase 10 dias, qual será a justificativa.
A empresa já é alvo de dois processos do MP, que apuram os vazamentos anteriores, nos dois casos por se tratar de situação de urgência, foi concedido a liminar para que a empresa resolvesse as questões.
Os vereadores do município também falaram em várias sessões da câmara sobre a falta de responsabilidade e transparência da empresa, mas nada de concreto foi realizado, nem se quer os requerimento de informações, protocolado e aprovado por unanimidade, realizado pelo vereador Dantte, foi respondido pela empresa.
A Secretária de Meio Ambiente do município, já autuou a empresa com uma multa de 385 mil reais, mas eles recorreram e o caso foi parar na justiça. Uma nova autuação também foi confeccionada nos meses anteriores devido a um novo vazamento, mas a empresa continua falhando inadvertidamente.
Como se percebe na filmagem, os efluentes estão sendo despejados diretamente da estação, por um encanamento de saída, atrás dos muros. Se é vazamento como a empresa insiste em dizer, por que motivos existira um encanamento que acaba na mata ?
O morador Magno, nos revelou que vem acompanhado a situação e que de tempos em tempo, acontece o despejo, ele disse que “tenho a impressão que quando a capacidade do reservatório chega ao limite eles despejam no fundo sem nenhum tratamento. Na verdade então eles estariam somente acumulando os dejetos neste local para depois despejar no fundo. As autoridades tem tomar alguma atitude, isso não pode ficar assim, amanhã eles já esvaziaram a rede e começam a juntar de novo. Acompanhei todo o trajeto desse esgoto e no fim ele está caindo no córrego que existe lá embaixo novamente, é um desrespeito. Eu comecei a fazer trilhas todos os dias nesse local para acompanhar a situação, e percebi que tempos em tempos eles soltavam essa água com mal cheiro.”
Ainda no inicio da noite de ontem ele disse que percebeu que a água que saia do cano começou a diminuir até estancar. “O que fico impressionado é que foi realizado um monte de ações, matérias , multas e parece que não está acontecendo nada, a empresa continua fazendo a mesma coisa. Se você ver o que tem de árvores, caídas devido a erosão causada, esse esgoto chegando ao Rio São Lourenço, que desagua no pantanal mato-grossense. Eu não sei realmente o que está acontecendo, nossas autoridades parecem que não tem poder, acho que vamos ter que procurar o Ibama, a Sema, por que em Campo Verde não acontece nada, mas a nossa taxa ainda é 90%, por um tratamento que não existe. Peço ao MP que tome atitudes mais drásticas, confio no nosso Promotor Dr.Marcelo, que tome as medidas necessárias,” finalizou Magno.
Uma moradora que reside nas proximidades do local, mas preferiu não ser identificada confirmou que de tempo em tempos, o despejo ocorre no local e que algo tem que feito, pois eles não aguentam o mau cheiro.
A nova estação que promete sanar os problemas está sendo construída pela empresa Águas de Campo Verde, mas as ligações à rede de esgoto continuam acontecendo, mesmo que a capacidade como foi revelada por documentos expostos pelos vereadores, seja apenas para 1.800 casas, mais de 3.000 estão ligadas e esse número aumenta a cada dia.