Ir ao cemitério não é uma situação muito agradável, e ter que suportar um odor forte no momento da despedida de uma entre querido, torna a situação menos agradável ainda. Esta é realidade encontrada por quem precisa da estrutura do cemitério Municipal São Pedro em Campo Verde.
O assunto ganhou destaca na última semana, depois da denúncia feita via redes sociais, de uma mulher que foi sepultar a mãe e reclamou do mau cheiro. Segundo ela o odor vinha dos jazigos novos, que foram construídos recentemente como alternativa ao pouco espaço para sepultamento que havia no local.
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O cemitério Municipal é a única alternativa para os sepultamentos, e foi inaugurado há 32 anos, e já se encontra pequeno, tendo em vista que Campo verde cresceu e tem hoje, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, um pouco mais do que 45 mil moradores. Além da falta de espaço, há um outro problema a ser enfrentado pela administração municipal, localizado no final do bairro Jupiara, as margens da MT-344, ao lado de um local onde passa um córrego, por isso se trata de área de preservação permanente, que segundo a SEMA em ação realizada, já foi invadida durante a última expansão do local e o município responde por isso.
A alternativa encontrada pela administração anterior foi criar essas estruturas, com andares de gavetas onde estão sendo sepultados os últimos mortos de Campo Verde. Para conferir se realmente as denúncias procedem, O Diário foi até o local e realmente percebe que o mau cheiro dos corpos em decomposição exala na localidade, apesar de não ser o suficiente para se propagar além dos muros do cemitério.
“É uma situação desagradável, visitar os parentes e ter que aguentar esse fedor, ainda por cima saber que isso é de uma pessoa, que ali deveria ter descanso, eles deveriam ter pensado em uma maneira melhor para sepultar, chega a ser desumano”, disse uma senhora que visitava um parente sepultado, mas preferiu não se identificar, pois tem parentes próximos que trabalham na prefeitura.
A questão do mau cheiro foi constatada pelo próprio trabalhador que administra o Cemitério Municipal. “Realmente na primeira semana tem um cheiro mais forte, mas isso é normal, até mesmo nas outras estruturas existe cheiro, vocês podem ver que do outro lado onde os corpos foram sepultados há mais semanas já não existe mau cheiro”, disse João José de Souza.
Ele nos explicou que a ideia não foi bem aceita pela maioria das pessoas, mas a intenção era construir pelo menos mais três estruturas como está que está gerando polêmica, como alternativa a falta de espaço, mas que depois dos resultados desta primeira, a ideia foi abandonada.
Apesar de haver escoamento para os líquidos dos corpos, que são depositados em uma fossa séptica ao lado da estrutura, a impressão que se tem é que se trata de uma estrutura muito simples, que deixa os corpos expostos, causando o problema do mau cheiro.
Mas o que fazer em relação ao espaço, assim que esta estrutura ficar cheia?
Segundo as informações que obtivemos, tem pessoas enterradas no local, que não tem nenhum tipo de identificação, nem túmulos, estão enterrados no chão. Ou seja, estão abandonados. Neste caso a administração tenta encontrar algum familiar, para que seja feita melhorias no local, caso contrário, os restos mortais serão removidos para o ossuário comum. “Nós estamos alertando a toda à população sobre esses túmulos que estão abandonados, para que se existir algum familiar na cidade eles providenciem melhoras, caso contrário serão retirados desses locais e levados ao ossuário comum a todos, dessa maneira acreditamos que vamos conseguir abrir mais de 400 vagas, que podem ser utilizadas para os próximos sepultamentos”, finalizou João José.
Essa ideia também está recebendo críticas, pois muitas pessoas acreditam que tal atitude será injusta, principalmente para a população mais carente, geralmente estes que não possuem recursos para arrumar os túmulos.
De qualquer maneira a decisão foi tomada e quem tem parentes sepultados nesta situação de abandono devem se pronunciar a administração do cemitério, caso contrário, o setor jurídico da prefeitura já deu sinal verde para retirada dos ossos e abertura das novas vagas.