Nos últimos tempos, o assunto mais discutido entre os brasileiros são os altos índices de casos de dengue, chikungunya e o temido zika vírus, doenças tropicais transmitidas pelo mosquito Aedes Aegypti, e na cidade de Campo Verde, município com aproximadamente 38 mil habitantes não é diferente. No ano de 2015, 410 casos confirmados de dengue e 58 de Zika Vírus e apenas 1 caso de Chikungunya foram confirmados.
Porém, com o período das chuvas e o aumento do número criadouros aliado à falta de cuidados de alguns moradores fez com que as semanas iniciais de 2016 surpreendessem profissionais campo-verdenses da área de saúde. Somente nos primeiros 46 dias deste ano, 237 casos de dengue foram confirmados pela Secretaria Municipal de Saúde, 58% do total do ano de 2015. E não para por aí: até o momento, a secretaria de saúde local juntamente com a Vigilância Ambiental confirmaram 173 casos de cidadãos campo-verdenses acometidos pelo zika vírus, um aumento real de 200%.
✅ Clique aqui para seguir o canal do CliqueF5 no WhatsApp
Sandra Badoco, secretária municipal de saúde de Campo Verde afirma que o Ministério Da Saúde determinou que agentes de saúde se unissem aos os agentes ambientais do município nas visitas residenciais e localização de possíveis criadouros do mosquito. “Muitos moradores de Campo Verde tem se conscientizado do perigo que representa o Aedes Aegypti e tem permitido a entrada dos agentes em suas residências”, destacando que, de acordo com o Ministério da Saúde uma epidemia de dengue e zika vírus para os meses de Março e Abril deste ano. “Este trabalho, essa parceria entre agentes de saúde e ambientais visa justamente dar agilidade no combate, evitando assim que essa epidemia atinja nosso município”, destacou.
A secretária de saúde afirmou ainda estar preocupada quanto aos altos índices de dengue e zika em Campo Verde, destacando que a população também deve participar no combate ao Aedes. “Os números são alarmantes e a população pode e deve participar dessa batalha contra o mosquito. Não se trata apenas de um problema de saúde pública, agora é um problema de todos os cidadãos campo-verdenses. Todos devem ajudar recolhendo do quintal materiais que possam acumular água como latas, tampinhas de garrafa e cascas de ovos; virando garrafas de boca para baixo, colocando areia nos pratinhos de plantas, limpando as calhas e verificando a tampa da caixa d’água”, enfatizou Sandra.
TRABALHO INTENSIFICADO
Sandra Badoco ressaltou ainda que a Secretaria Municipal de Saúde intensificará os trabalhos de combate à dengue e zika juntamente com a Vigilância Ambiental, destacando que as equipes estão executando até mesmo trabalhos que deveriam ser executados pelos próprios cidadãos, dando como a limpeza de calhas. “Os agentes envolvidos no combate ao Aedes tem feito até mesmo a limpeza de calhas de estabelecimentos comerciais, bancários e residências, que não é uma função que compete a eles”, sendo enfática em pedir aos comerciantes e toda a população que façam a limpeza das calhas de suas casas e comércios. “Se a pessoa possuir alguma dificuldade que a impeça de realizar o serviço, peça a alguém que verifique e realize a limpeza das calhas. Se cada um fizer a sua parte com certeza teremos êxito e a redução dos casos de dengue e zika vírus em Campo Verde”, finalizou.
CALHA: A NUMERO 1 DO AEDES
O problema relatado por Sandra Badoco a equipe de O Diário foi confirmado pela diretora da Vigilância Ambiental de Campo Verde, Carla Macedo Vargas. Conforme a diretora, um dos maiores problemas relacionados aos focos do mosquito da dengue no município são as calhas, tanto de residências quanto de estabelecimentos comerciais da cidade. “Muita gente tem em mente que não precisa cuidar das calhas, quando na verdade deveriam verificar, pois é nas calhas que estamos encontrando os maiores focos do mosquito Aedes Aegypti”.
Carla Vargas relatou ainda que outro problema encontrado pelos agentes de saúde é o fato de alguns bairros possuírem muitas residências fechadas pelo fato dos moradores estarem no trabalho ou na zona rural da cidade, destacando a atuação dos agentes em períodos extras. “Estipulamos um horário extra de atuação dos agentes, que já estão trabalhando no período de 18 as 19h com o intuito de localizar os moradores ausentes e fazer a verificação nestas residências”, disse.
BAIRRO SÃO MIGUEL: FALTA BOM SENSO
A diretora da Vigilância Ambiental destacou ainda a falta de consciência de alguns moradores, em especial do Bairro São Miguel, área com um grande número de residências em Campo Verde.
“No final do mês de Janeiro foi realizado um mutirão de limpeza no São Miguel. Uma equipe da secretaria de obras juntamente com agentes ambientais foram até lá e fizeram a limpeza, inclusive de lixos em terrenos baldios. 20 dias depois retornamos e encontramos a situação pior do que estava antes. A coleta de lixo acontece normalmente no bairro, porém muitos moradores fazem questão de jogar seu lixo na rua, em terrenos baldios e até mesmo em uma mata próxima. Estamos ‘enxugando gelo’. A prefeitura faz a sua parte, mas muitos moradores do São Miguel não colaboram com a limpeza e combate à dengue e zika vírus”, disse a diretora da Vigilância Ambiental.
CENTRO: O CAMPEÃO DE CASOS DE DENGUE
Ari Miranda
Avenida São Paulo e Rua Recife: Locais de maior notificação da dengue em 2016.
Segundo um mapeamento feito pela Vigilância Ambiental de Campo Verde, o centro da cidade liderou o ranking de notificações de casos da dengue em Campo Verde entre Janeiro deste ano e meados de Fevereiro, com 146 casos registrados (não-confirmados da doença), 63 deles somente na primeira quinzena deste mês, destacando ainda os números de casos da doença na região central: Avenida São Paulo (11 casos); Rua Recife (9), Rua Belém (7) e ruas Teresina e São Salvador, com 4 casos cada.
Logo após o centro de Campo Verde, os bairros com maiores casos confirmados de dengue no município de Janeiro até a primeira quinzena de Fevereiro figuram o São Miguel (80), São Lourenço (40) e o bairro Jupiara, com 39 Casos. Diferentemente do centro de Campo Verde, os casos notificados nos bairros fora mais “isolados”, registrando com uma certa distância de residência para residência atingida.