O herbicida Paraquat, usado no controle de uma ampla variedade de ervas daninhas (plantas indesejáveis) em mais de 100 lavouras, inclusive cereais, sementes oleaginosas, frutas e legumes, que crescem em todos os climas, deve sua comercialização proibida pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
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Segundo uma breve pesquisa realizada pela reportagem, com alguns produtores rurais de Campo Verde, o Paraquat é bastante usado no munícipio, por ter propriedades eficientes no combate as ervas daninhas em culturas como a do milho, algodão e soja.
Análise de evidências científicas concluiu que o produto está associado ao desenvolvimento da doença de Parkinson, condição neurológica degenerativa que leva ao tremor, rigidez, distúrbios na fala e problemas de equilíbrio.
Segundo relatório do GGTOX, grupo de trabalho de toxicidade da Anvisa, o produto tem qualificação toxicológica I, considerado extremante tóxico. A agência começou a analisar o produto em 2008.
De acordo com a análise das evidências científicas, o grupo considerou haver peso suficiente para comprovar o potencial do herbicida de induzir aberrações cromossômicas em células somáticas in vitro e in vivo, em diferentes espécies, e por diferentes vias de exposição, inclusive dérmica.
Ainda, em análise conjunta com a Fiocruz, que entregou nota técnica à agência em outubro de 2009, a Fiocruz considerou suficientes as evidências da literatura científica relacionadas à intoxicação aguda, mutagenicidade, desregulação endócrina, carcinogênese, toxicidade reprodutiva, teratogênese e doença de Parkinson.
No entanto, as evidências mais consistentes foram relacionadas à doença de Parkinson, o que levou o relatório da Anvisa a concluir que:
“Há um peso de evidência forte em estudos em animais e epidemiológicos indicando que o Paraquate está associado ao desencadeamento da doença de Parkinson em humanos.”
A agência diz, no entanto, que as evidências apontam para o risco do Paraquat em trabalhadores que entram em contato diretamente com o produto. Não há evidências apresentadas que o herbicida deixe resíduo nos alimentos.
Porém, os produtores que ainda tem o produto em estoque, não precisam ficar desesperados. A decisão da diretoria colegiada da Anvisa foi feita no fim da tarde de terça-feira (19). E o prazo concedido para o total banimento do produto é de três anos.
Da redação com informações do G1