O fim das atividades de avicultura em Campo Verde é um caminho praticamente sem retorno. Apesar da insistência de alguns apaixonados pelo setor, que já foi um dos destaques do município, todos os indícios apontam mesmo para o final de um ciclo.
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No site oficial da prefeitura do município de Campo Verde, a avicultura ainda está presente como uma das principais forças econômicas, porém, há mais de quatro anos ela sobrevive somente na literatura, pois os mais de 100 avicultores da cidade não produziram nada desde que a BRF (Brasil Foods) antiga Sadia, parou de funcionar na cidade, deixando milhares de desempregados direta e indiretamente.
Outros grupos ao longo dos anos, ligados a empresários distintos do estado também apareceram por várias vezes como possíveis “salvadores da pátria”, mas nenhum retomou de fato a cadeia produtiva.
O último grupo interessado, ligado ao empresário e vice-governador Otaviano Pivetta, chegou a comprar o terreno onde seria instalado o antigo frigorífico da BRF, comprou a antiga fábrica de rações da BRF, por várias vezes foi anunciado o início das obras, mas nada aconteceu. A impressão que os envolvidos no setor têm é de que os planos para os imóveis estão distantes da ideia original.
Há aproximadamente dois anos entrevistamos o avicultor Paulo Abatti, ele era um dos mais antigos e esperançosos do setor ele lembrou na época que “trabalhei durante 20 anos na avicultura para pagar os investimentos nos aviários, bem no ano em que eu terminei de pagar as dívidas, que acreditei que poderia ter uma folga no orçamento, tivemos que paralisar as atividades, às vezes, quando pensamos no futuro bate um desespero”.
Encontramos novamente Paulo recentemente, dessa vez a esperança já não era a mesma. “Não acredito mais que possa existir uma recuperação, apesar do investimento grande que fizemos, sabemos que somente para retomada seria mais um grande valor a ser investido, estimo que aproximadamente uns 200 mil reais, isso no meu caso, que não vendi e mantive a manutenção mínima dos equipamentos”. Além disso a maioria dos avicultores se desfizeram dos seus equipamentos e já estão utilizando a estrutura dos antigos aviários para outras atividades.
VENDAS DE EQUIPAMENTOS ABAIXO DO PREÇO
Segundo as informações obtidas pela reportagem, existe inclusive uma empresa comprando os antigos equipamentos dos aviários na cidade, por de 5% a 6%, dos valores pagos originalmente, eles desmontam e recolhem os materiais, muitos avicultores aceitaram negociar o espólio, já que não existe esperança de um retorno das atividades.
A cidade que já foi considerada perfeita para atividade, devido suas condições geográficas e climáticas, hoje amarga um fim melancólico de um setor inteiro.
