O presidente da Federação das Indústrias de Mato Grosso, Gustavo Oliveira, analisou, em entrevista, que a implantação da Ferrovia Estadual, com 740 quilômetros de trilhos de Rondonópolis a Cuiabá, Nova Mutum e Lucas do Rio Verde e conectada a malha ferroviária nacional, a partir de Rondonópolis com destino ao Porto de Santos (SP) terá impacto imediato na redução de custos de diversos insumos para atividade de um grande número de indústrias e empresas, além de avanços na disputa de mercados locais com grandes centros do país. E os produtos de Mato Grosso (soja, milho, madeira, carne) terão maior valor.
“Veremos a entrada e envio de mercadorias com uma ampla concorrência porque estaremos ligados ao principal centro consumidor e importador do Brasil. Chegaremos com nossos produtos de maneira muito mais firme no Sul e Sudeste, e nosso etanol tem que viajar centenas de quilômetros por outras vias para chegar em Rondonópolis e atingir a grande área do consumismo, que está em São Paulo, passará a sair daqui diretamente em trilhos”, analisou.
✅ Clique aqui para seguir o canal do CliqueF5 no WhatsApp
Ele destaca que não necessariamente o agro, mas empresas que giram entorno do segmento vão evoluir fortemente. “Com as agroindústrias recebendo uma logística eficiente e que opera de maneira local, dado à nova lógica de escoamento produtivo do Estado, teremos mais empresas querendo vir para cá, para beneficiar a soja, milho, o algodão e todos os insumos agropecuários que hoje favorecem indústrias que não estão posicionadas em Mato Grosso”.
Os efeitos positivos gerados pela ferrovia também levaram a “mais procura por mão de obra qualificada, mais postos de trabalho, mais envolvimento de empresas locais que são fornecedoras dessas indústrias de fora. Então, os grandes negócios começaram a se interessar mais pelo Médio Norte do estado e o efeito irradiado pela economia atingirá todos os setores como comércio, serviços, e até no setor público que vai acabar arrecadando mais impostos, porque faremos vendas com maior valor agregado”, acrescentou o presidente da Fiemt.
Uma equipe técnica da Rumo avaliou o traçado da ferrovia, no mês passado, conhecendo a realidade local e o contexto da área escolhida pela empresa vencedora do chamamento público e que investirá R$ 12 bilhões para fazer a ferrovia. O trajeto até Cuiabá deve ficar pronto até 2026 e os trilhos devem chegar a Lucas do Rio Verde em 2028.