A família de Gustavo Henrique da Silva Macedo, estudante do Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT) de 16 anos morto no mês passado, organiza uma campanha de financiamento coletivo para conseguir pagar um advogado que atuará como assistente de acusação no processo. O adolescente foi baleado com um tiro de espingarda no rosto no Assentamento Santo Antônio da Fartura, zona rural de Campo Verde, no dia 20 de fevereiro. O suspeito de matar o adolescente é um amigo de infância de 15 anos, que também é enteado de seu pai.
“Eu quero justiça, todos nós queremos, estava muito triste pois não sabia o que fazer, comecei campanha nas redes sociais e queria que tivesse sim uma grande repercussão, para que não fosse esquecido, mas isso não era o suficiente. Eu queria entrar no processo porquê de dentro podemos fazer requerimentos e tudo mais ao juiz, e estar acompanhando de perto, porém eu minha irmã e minha mãe não tínhamos condições de pagar um advogado”, conta Nayara Alves, de 20 anos, irmã do adolescente.
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A jovem, que atualmente atua como estagiária em um escritório de advocacia, conta que a família teve a iniciativa de adotar os meios jurídicos para poderem lutar pela justiça da morte do irmão e recebeu o apoio de colegas do trabalho para dar seguimentos aos trâmites com valores simbólicos. Apesar disso, a família ainda não tem a quantia necessária e por isso decidiu organizar uma “vaquinha” online para quem puder ajudar.
“No momento, a minha irmã perdeu o emprego e descobriu que está grávida, e a minha mãe não está bem mentalmente, ela tem alguns problemas de saúde, não temos condições de arcar com o valor, então estamos fazendo ações, como vender rifas para pagar as parcelas, muitas pessoas já nos ajudaram com doações”, comenta a jovem sobre como a família tem feito para conseguir custear os honorários advocatícios.
Na época do crime, familiares e amigos cobraram esclarecimentos quanto a morte de Gustavo e punição de todos os envolvidos. Grupos de pessoas saíram pelas ruas da cidade pedindo justiça. Ao relembrar a figura do irmão, Nayara enfatiza que neste momento qualquer valor pode fazer a diferença para que a família possa conseguir na justiça a responsabilização do culpado pela morte de Gustavo.
“Meu irmão era uma pessoa incrível, essa luta é por sonhos que foram tirados de forma cruel, de uma criança que nunca fez mal a ninguém e estava vivendo seu sonho, estudando onde sempre quis, correndo atrás do que queria e que apesar das dificuldades, não reclamava e estava sempre sendo simpático, educado e gentil, vamos lutar pelo meu irmão enquanto pudermos fazer algo, estaremos lutando. Precisamos que a justiça seja feita, então vamos lutar por isto, dentro da lei, porque e ele merece, o Gustavo merece”, desabafou.
O caso
Gustavo Henrique da Silva Macedo, de 16 anos, foi morto com um tiro de espingarda no rosto, no Assentamento Santo Antônio da Fartura, zona rural de Campo Verde (140 km de Cuiabá), na noite do dia 20 de fevereiro. O suspeito de matar o adolescente é um amigo de infância de 15 anos.
Na segunda-feira (22), o adolescente suspeito se entregou na Delegacia de Campo Verde. Na ocasião, alegou um disparo acidental quando limpava a arma. O caso então passou a ser apurado pela Polícia Civil.
Até o momento, a família tem poucas informações sobre as investigações. A irmã, Nayara Alves, cobra a elucidação dos fatos. “Para onde ele [suspeito] foi? Ele estava sozinho ou alguém tirou ele do local do crime? Alguém ajudou ele a e evadir do local? Essas são as perguntas que queremos respostas”.
Como ajudar
Os interessados em contribuir com a "vaquinha" organizada pela família podem realizar doações através deste link.
Para outras formas de ajuda o contato com Nayara pode ser feito através do telefone 65 98454-2670.