Os produtores rurais de Campo Verde e região, estão preocupados, isso por que devido ao atraso nas chuvas, existe o perigo eminente de que as próximas culturas fiquem fora da janela de plantio, ocasionando possíveis perdas. O atraso na semeadura por falta de chuvas é um limitante não só para a produção de soja, mas também para as culturas subsequentes: o algodão e o milho.
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Segundo o Imea, nos dados históricos, desde que começou seu levantamento de semeadura (na safra 2008/2009), apenas em quatro safras o atraso no plantio foi semelhante ou maior que o atual (1,7% da área plantada até dia 2 de outubro). Ou seja, o risco está aumentando.
A entidade também destaca outros fatores que podem trazer problemas para a produtividade da soja, como a semeadura concentrada.
O engenheiro agrônomo Newton Borges, explicou que a situação realmente inspira cuidados. “Esse atraso nas chuvas está acarretando uma preocupação muito grande para o setor, nos anos anteriores já tínhamos uma área bem significativa de soja plantada, essas áreas já estavam preparadas para o plantio do algodão em janeiro. Agora não sabemos quando vai chover e como ela vai vir, pois, a regularidade será muito importante, nós já sabemos que devido a esse atraso, a semeadura de algodão vai acontecer em meados de janeiro e não vai dar tempo de todos plantarem dentro do mês, e historicamente na nossa região o algodão plantado fora de janeiro tem uma grande probabilidade de produzir bem menos. Sabemos que o custo da cultura do algodão é muito alto e não podemos correr esse risco”, frisou.
O engenheiro agrônomo destaca que os produtores temem pela qualidade da produção, caso as chuvas não cheguem. “Os produtores estão aguardando as chuvas firmarem para iniciar os trabalhos. Caso isto ocorra, a maturação da soja em grandes áreas de Mato Grosso pode coincidir com as chuvas intensas de verão, que geralmente ocorrem em janeiro e fevereiro, trazendo riscos para a qualidade do grão se não puder ser retirado da lavoura no ponto de colheita. Isto sem falar na previsão das condições climáticas durante o ciclo produtivo, que ainda são muito incertas”, diz.
Outra preocupação dos profissionais da região é que até mesmo o milho começa a correr riscos, caso os plantios anteriores comecem a atrasar demasiadamente. “Temos áreas aqui que estão sem chuvas há 160 dias, mesmo com uma chuva de 20 mm, pode ser que não seja suficiente para plantar, pois corre o risco de passar mais quatro ou cinco dias e perder toda semeadura”, finalizou Newton.