O “Setembro Amarelo” é a campanha que marca o mês dedicado à prevenção ao suicídio. No Brasil, ela é uma iniciativa do Centro de Valorização da Vida (CVV), da Associação Brasileira de Psiquiatria e do Conselho Federal de Medicina. Neste ano, o tema da campanha é “Agir salva vidas” e justamente é isso que muitas entidades como, por exemplo, a Escola Progresso estão fazendo neste mês.
Foi realizada na última semana uma palestra voltada aos alunos com o psicólogo Fabrício de Melo falando sobre o tema. Ele explicou a reportagem que “geralmente neste mês nós voltamos os olhares para essa questão do suicídio, mas ela deve ser debatida durante todo o ano, temos que ligar esse alerta, o primordial é valorizar a vida”.
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Segundo o psicólogo, algumas estatísticas têm mostrado que no grupo de adolescentes a quantidade de suicídios chegou a aumentar 35% nesta época de pandemia. Ele aponta como fatores para este aumento a questão do distanciamento social e falta da prática da afetividade que os humanos necessitam, que são levados em consideração na vida de quem comete o suicídio.
“Por isso é extremamente importante ações como esta que está sendo promovida pela Escola Progresso, levando informação aos jovens, adolescentes, para saberem que tem que se falar sobre estes assuntos, que deixam angustiados, que magoam, que afastam. Falar com os pais, com os professores, com os amigos, pois nós conquistamos a cura através da fala”, enfatizou Fabrício.
Ele ainda lembrou que, “a pessoa numa crise suicida é altamente ambivalente e, em geral, não quer exatamente morrer, mas pôr fim a um sofrimento insuportável”, diz. Por isso os sinais devem ser levados a sério.
A coordenadora Marta Frares, lembrou que essa iniciativa partiu da gestão da escola, que já trabalha há anos com muito afinco as questões socioemocionais dos seus alunos. “Mais do que nunca neste momento, em que vivemos uma situação nunca vivida, nem imaginada antes, temos que buscar minimizar as consequências, controlar as ansiedades, não somente dos alunos, mas também dos nossos colaboradores, das famílias dos alunos, enfim, toda a comunidade escolar”.
A professora da disciplina que trata sobre a questão socioemocional, Leise Gardin lembra a importância do olhar mais humano dos professores para com os alunos. “Cada aluno é único, tem seu mundo próprio, então temos esse olhar mais humano, com atendimento individual para cada um deles”.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) tem uma cartilha com recomendações para a prevenção do suicídio. Nela, são apontadas 15 causas frequentes que influenciam na retirada da própria vida, como o uso de álcool e drogas, perda ou luto e outros transtornos mentais, como a esquizofrenia. Esses assuntos também foram abordados durante a palestra pois afetam muito quem está em formação.
“Em um cérebro totalmente desenvolvido, o excesso dessas substâncias já contribui de uma maneira negativa, de acordo com os psiquiatras. No caso dos adolescentes, pode ser ainda pior”, finalizou o psicólogo.