A circulação de notas falsas tem feito vítimas constantes no município de Campo Verde, o fato levou entidades representantes do comércio local, como Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) e Associação Comercial e Empresarial de Campo Verde (ACICAVE) e as autoridades policiais do município a emitirem um alerta em relação ao caso. Na última semana, pelo menos duas pessoas relataram terem sido vítimas, mas o número pode ser maior, tendo em vista que muitos comerciantes não denunciam o fato.
Nas situações que foram relatadas ao jornal O Diário, os valores de moedas falsas não causaram grandes prejuízos aos comerciantes, mas esse é justamente o fator que faz com que esse tipo de crime não seja levado até as últimas consequências por suas vítimas, que, apesar de serem lesadas, não representa, geralmente, um prejuízo volumoso, sendo assim muitos deixar de denunciar o fato a polícia.
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O problema é que se passa R$ 100,00 em uma loja, R$ 50,00 em outra e assim por diante, gera um estimulo ao golpista e o volume de dinheiro falsificado e de pessoas querendo se aproveitar aumentam. Segundo o que explicou o chefe de investigação da Polícia Civil de Campo Verde Rodrigo Amorim, os golpistas espalham as notas falsas pelo comércio, fazendo pequenas compras em locais diferentes. “Faz parte do modo de operação dos golpistas justamente não tentar passar muitas notas falsificadas de uma vez, pois geraria desconfiança, uma atenção especial que acabaria frustrando os planos e revelando as falsificações. Por esse motivo, eles sempre compram poucas coisas em determinado comércio, algumas vezes até podem mesclar notas verdadeiras e falsificadas para passar despercebido, geralmente quem passa moeda falsa não tem somente uma, ele vai sair pulverizando no comércio local, por isso é importante denunciar, realizar boletins de ocorrências”, orientou.
O investigador ainda revelou que todas as semanas recebem novos relatos de falsificações na delegacia da cidade e que inclusive realizaram algumas prisões esse ano, e pede atenção aos comerciantes, já que hoje em dia nem é mais tão comum às pessoas andarem com dinheiro em espécie na mão.
Além disso, existem dispositivos que funcionam para a detecção de falsificações, como canetas especiais, luzes ultravioletas, entre outros que os comerciantes possuem, mas muitas vezes devido a correria, ou mesmo por acabar sendo entretido pela conversa dos golpistas, muitos acabam percebendo só depois que foram vítimas de golpe. Rodrigo ainda conta que muitas das falsificações seriam percebidas mesmo sem muitos mecanismos. “Apesar de terem algumas falsificações muito parecidas com as notas reais, a maioria é falsificação grosseira, que com um pouco de atenção seria percebida”.
A Polícia Federal alerta que pouco importa se a economia está estável ou em baixa, como nos dias atuais. Como sempre acontece no final de ano as falsificações são recorrentes e causam prejuízos aos consumidores, funcionários de loja e comerciantes.
Segundo informações do Banco Central, os momentos de queima de estoque e movimentação maior do comércio são sempre comuns para este tipo de estelionato. Por isso é importante que o consumidor e lojista fiquem atentos durante saques, recebimento e pagamentos.
Segundo a Polícia Federal, as notas de R$100 correspondem por mais de 40% das falsificações, enquanto as notas de R$50 ficam pouco atrás, com 37%.
A principal dica aos comerciantes é não se apressar na hora do atendimento. É importante que a comunidade denuncie casos de repasse de dinheiro falso para que o golpista seja localizado e encaminhado ao órgão competente, no caso a Polícia Civil. O crime de falsificação de moeda está previsto no Código Penal, artigo 289, e a pena pode variar de três anos a 12 anos de reclusão.
Golpes de estelionato crescem em Campo Verde
Outra situação que vem chamando atenção são os golpes de estelionato, que mais uma vez vem crescendo em Campo Verde. Com o uso cada vez mais frequente das redes sociais, os estelionatários se reinventam a cada dia procurando novas formas de conseguir dinheiro fácil.
Somente neste ano, a Policia Civil estima que centenas de campo-verdenses podem ter sido vítimas de golpes e esses números representam somente o que eles tiveram conhecimento, pois muitas outras pessoas se quer registram o boletim, devido a vergonha, desconhecimento, ou por ainda pensarem que vão conseguir recuperar esses valores por conta própria. O fato é que o número pode ser o dobro ou até mais segundo as estimativas.
Os últimos golpes que tem tido destaque dentre as ocorrências são os de clonagem de WhatsApp e depois o pedido de dinheiro para parentes e amigos, as falsas cobranças de aluguel ou outras cobranças em geral, o “Pega Ratão” ou “Sexo Extorsão”, que faz vítimas todas as semanas na cidade, falso boleto, golpe da venda de carro, falso leilão de veículos, falso deposito bancário entre outros...
O chefe de investigação da PJC Rodrigo Amorim alerta para que a população fique atenta. “Infelizmente é muito difícil conseguir recuperar esses valores, ainda mais em curto prazo. Isso não quer dizer que não vamos investigar, investigamos todos os casos, inclusive já prendemos muitos estelionatários, mas sempre tem um espertinho querendo se dar bem nas custas do trabalhador. Por isso tem que ter atenção, no caso de dúvida ligue para polícia, confirme com a pessoa que está falando com você para ter certeza de que é ela mesmo, não acredite quando a esmola for demais, não converse com estranhos na internet, ainda mais sobre assuntos íntimos, é melhor prevenir do que remediar”, finalizou.