O mês de maio é identificado com várias causas, além de ser o mês das mães, também é o mês em que se divulga o combate o abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes no Brasil. Geralmente durante esse mês, os conselhos tutelares realizam campanhas de alerta neste sentido, nas escolas, praças e centros de eventos.
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Como em 2020 o momento é diferente, essa campanha está ganhando espaço nos meios de comunicação e internet. O Diário entrevistou os conselheiros tutelares de Campo Verde para saber mais sobre o assunto em âmbito local.
E existem sim muitos casos registrados de abuso na cidade, segundo o que eles afirmaram, geralmente para evitar uma exposição publica principalmente das vítimas, esses casos costumam não chegar a grande mídia, mas acontecem até mesmo com certa frequência segundo nossos entrevistados.
O mês de maio foi escolhido, pois 18 de maio é o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual Infantil (Lei 9.970/00). Esta data foi escolhida em virtude do crime cometido contra Araceli, uma menina de apenas 8 anos de idade, abusada sexualmente e brutalmente assassinada em 18 de maio de 1973.
Segundo a conselheira tutelar Casturina Vanjura, “Araceli foi vítima de um crime bárbaro, em Vitória-ES, cometido por vários adolescentes da alta sociedade, ela foi sequestrada, abusada e morta por esses rapazes e esse crime ficou impune até hoje. Devido a esse crime chocante, institui-se no Brasil o dia 18 de maio a data, que marca essas atividades de alerta aos casos de abuso e exploração.”
Segundo o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) toda criança tem o direito de ser criada no seio familiar, e esse é justamente o local onde acontecem a maioria dos casos de abuso sexual. “Muitas vezes o agressor está dentro da própria casa, então os responsáveis tem ficar atento ao comportamento dessas crianças e adolescentes, ele pode não verbalizar a violência, mas da indícios de que algo errado está acontecendo. Silencio, isolamento, falta de interação com outras crianças, podem ser um pedido de socorro,” explicou o conselheiro tutelar Carlos Souza.
A maior fonte de descobertas de casos de abuso na cidade, provém de denuncias anônimas, que segundo frisou os conselheiros são extremamente importantes. “Muitas vezes pessoas da família, vizinhos, amigos, desconfiam que algo errado está acontecendo, mas por não ter certeza dos fatos, acabam não denunciando para o conselho e isso é errado, nós precisamos dessas informações, para saber qual a real situação dessas crianças e adolescentes, que podem estar sofrendo muito. Se não for nada ótimo, ninguém será responsabilizado, ninguém vai ficar sabendo quem denunciou, pois as denuncias são sigilosas,” revelou o conselheiro Denival De Paula.
Denival ainda alertou que “os abusos acontecem muitas vezes ao nosso lado e nem imaginamos, muitas vezes pensamos que isso acontece somente em grandes centros, ou somente em comunidades carentes, mas não é a verdade. Acontecem muitos casos na cidade, conviemos com isso no dia a dia do conselho e quem convive com crianças e adolescentes tem que ficar atentos.”
Para realizar as denuncias, em casos de exploração sexual, os denunciantes tem seu anonimato resguardado por Lei, e podem ligar 100, para o número nacional, que depois de passar pela central em Brasília é direcionado ao município. Ou podem ligar diretamente nos telefones (66) 3419-3964 ou (66) 99600-6210.