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NOTÍCIAS DE CAMPO VERDE Terça-feira, 29 de Junho de 2021, 06:30 - A | A

Terça-feira, 29 de Junho de 2021, 06h:30 - A | A

AGRO

Com moeda em baixa agro começa a se preocupar com aumento do preço dos insumos

Preço do dólar tem influência direta no preço final dos insumos, que na maioria das vezes são importados

Da Redação

Com o passar dos meses, o equilíbrio valor pago pelas comodities e dos valores pagos pelos insumos, que estão fazendo com que as safras atuais cheguem ao mesmo nível, já começam a preocupar os agricultores da região. 

O preço dos principais fertilizantes utilizados na agricultura brasileira teve alta de mais de 200% nos últimos nove anos e tem impactado diretamente nos custos da produção agrícola do país, segundo os dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea-Esalq/USP). 

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A demanda brasileira de fertilizantes vem dos quase 70 milhões de hectares destinados a atividade agrícola, segundo o Monitoramento da Cobertura e Uso da Terra realizado em 2018. Grande parte dessas terras, naturalmente, apresentam uma baixa disponibilidade de nutrientes por serem muito antigas e intemperizadas. E, em algumas regiões, como o cerrado, área que predomina na nossa região, isso é ainda mais potencializado pela acidez excessiva, que pode gerar vários problemas.

Com isso, a alta demanda de fertilizantes não vem apenas da grande extensão de terras agrícolas, mas como também devido a características intrínsecas dos solos da região. Em 2020, foram consumidos mais de 30 milhões de toneladas de fertilizantes, contudo, todo esse montante não chega nem perto da capacidade de produção da indústria nacional.

Nos últimos anos, observou-se uma tendência de queda da produção nacional de fertilizantes. Segundo a Associação Nacional para Difusão de Adubos (ANDA), mais de 70% dos fertilizantes usados na agricultura brasileira são importados, com destaque para alta dependência externa do: Cloreto de Potássio: com cerca de 95%; Nitrogênio: com mais de 80%; Fosfato: com cerca de 60%.

A GloblaFert apontou que, em 2020, o Brasil, a China, a Índia e os Estados Unidos concentraram 58% da demanda global de macronutrientes (nitrogênio, fósforo e potássio). Uma das consequências da grande dependência de importações é a principal moeda de câmbio: o dólar. Desde março de 2020, a cotação do dólar vem fechando acima de R$ 5 e influenciando o valor final dos fertilizantes para o agricultor.

Tal influência pode ser percebida em 2019, no qual o valor do Cloreto de Potássio (KCl), passou de aproximadamente R$ 750,00 por tonelada no primeiro semestre de 2010 para quase R$ 1.800,00 por tonelada no primeiro semestre desse ano.

Para se ter uma noção desse impacto na economia brasileira, segundo a ANDA, o Brasil usa 10 milhões de toneladas de KCl por ano. Considerando apenas 1 semestre, ou seja, metade do montante total, os gastos com Cloreto de Potássio passaram de 3,75 bilhões em 2010 para 9 bilhões de reais em 2019, refletindo num aumento de 240% nos custos somente com esse insumo.  

“Entretanto, não é somente o dólar que vem afetando essa dinâmica de preços. As mudanças geopolíticas também influenciam os preços dos fertilizantes. A própria imprevisibilidade da situação dos principais produtores de fertilizantes mundial pode afetar severamente os preços do mercado”, comentou o engenheiro agrônomo Cléber Alves da Agroconsult.

Para lidar com esse cenário de instabilidade que está levando ao aumento do preço dos fertilizantes, é preciso buscar por alternativas aos insumos importados. Uma das dicas dos especialistas é buscar substitutos aos insumos importados.

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