Campo Verde amanheceu nesta terça-feira (15) mais uma vez sob forte fumaça. O fenômeno já tinha sido observado por duas vezes no mês de agosto, mas nenhuma delas tinha a mesma intensidade e cheiro forte, como a registrada agora. Com isso, as unidades de atendimento de urgência tanto do HMCJ (Hospital Coração de Jesus) quanto da Unidade Sentinela (prédio da UPA), que cuidam das síndromes respiratórias devido a pandemia, estão lotadas.
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Quem saiu para trabalhar chegou ao seu destino com a impressão de estar defumado devido ao cheiro forte que incomoda, causa náuseas e dificuldade de respiração.
Rodrigo Marques, que é especialista, geólogo, climatologista e está realizando doutorado sobre a questão das queimadas em Mato Grosso, comentou que apesar de acontecer todos os anos na região, em 2020 o tamanho dos incêndios e quantidade de focos de calor está assustando e causando destruição que pode ser irreparável.
“Como vem pegando fogo em toda a região, além dos próprios incêndios que tem origem no município, essa fumaça demora a conseguir ultrapassar as barreiras do planalto, mas quando isso acontece esse é o resultado. Não é somente Campo Verde que vem sofrendo com essa situação, Cuiabá, por exemplo, é como uma panela de pressão, pois a cidade está em uma depressão e o ar quente naturalmente desce, é realmente uma situação sem precedentes”, disse Marques.
O especialista ainda frisou que 90% dos incêndios na região são causados por ações humanas e que a situação vai mudar somente quanto os responsáveis começarem a ser punidos por seus atos de maneira exemplar.
O Corpo de Bombeiros de Campo Verde afirmou que não recebeu qualquer chamada de emergência nas últimas 48h devido a incêndios na cidade, que a fumaça deve realmente ser recorrente dos incêndios no entorno da cidade. Eles ainda alertaram que a população faça o uso da máscara e que evite atividades físicas devido a maior inalação de fumaça.
A situação segundo Rodrigo deve melhorar na região somente depois de uma chuva consistente, o que não deve acontecer tão cedo, pois existe um anticiclone na região Centro-Oeste, que sopra vento quente para baixo, fazendo as temperaturas ficarem cada vez mais elevadas e tirando a umidade do ar.
Segundo os sites de meteorologia, existe a possibilidade de chuva somente a partir do dia 21 de setembro.