A colheita da soja já se iniciou em Campo Verde e região e mesmo atrasada ela ainda gera muitas expectativas, nossa reportagem esteve na fazenda Pedra Branca e acompanhou a colheita nesta última semana.
Segundo o produtor rural Aldair da Rocha, da Fazenda Dois Irmãos, que arrenda e produz no local, “a safra teve muitas intercorrências devido ao plantio que se iniciou de maneira tardia por causa da falta de chuva, os primeiros problemas se iniciaram na hora de escolher as sementes que tiveram, na maioria das propriedades, que ser trocadas por plantas precoces, nem mesmo o mercado estava preparado por essa demanda e faltou sementes para atender todos em determinados momentos”.
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A falta de chuva também atrapalhou bastante a formação de plantas de determinadas regiões, “então sabemos que a média de produtividade será menor do que a última safra. Os custos também foram maiores devido ao atraso e ainda por cima temos pouco tempo para safrinha”, lembrou o agricultor.
O mercado, de momento, é bem favorável, mas infelizmente a maioria dos produtores já haviam travados contratos há bastante tempo, quando negociaram a soja por cerca de R$ 80,00/sc, segundo informaram, não acreditavam que os preços chegariam a esse patamar de ultrapassar os R$ 150,00/sc, “muitas vezes quem está de fora do agro pensa que conseguimos vender ao preço da cotação atual, não é bem assim, todo mundo trabalha com um custo travado, até mesmo devido a segurança, mas fomos pegos de surpresa com tamanho aumento, ninguém esperava isso. Nas próximas colheitas sim, podemos chegar em valores mais próximos disso, mas para esta safra nossa colheita é outra”, explicou Aldair.
Apesar de que algumas fazendas já iniciaram a colheita na região entre Campo Verde e Primavera do Leste, eles são exceções a regra, segundo os últimos dados do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), na última semana o total atingiu 11,20% da área colhida.
O avanço da última semana foi de 6,49% com relação à semana anterior, porém, com relação à safra 19/20, o atraso é de 33,31%. O maior avanço é na Região Norte, que abriga grandes municípios produtores, com a colheita atingindo 24,26%. Em segundo aparece o Oeste com 14,90%. O maior atraso está no Sul, que alcança apenas 7,12%.
A dificuldade se dá pelos grandes volumes de chuva na região que dificulta a retirada dos grãos. A situação vem preocupando os mercados internacionais com relação à oferta mundial da oleaginosa, mas, por outro lado, as chuvas vêm aliviando as potenciais perdas nas lavouras tardias, trazendo boas expectativas.