A colheita de milho está a todo vapor na região sul do estado de Mato Grosso, apesar da insatisfação com a produtividade em algumas propriedades, uma quebra já consolidada de cerca de 25% segundo dados da Aprosoja-MT (Associação dos Produtores de Milho e Soja), no contexto geral se espera uma colheita média, com áreas excelentes e outras não tão produtivas, devido à escassez hídrica, em um período que historicamente é mais chuvoso.
No estado de Mato Grosso a colheita de milho já avança acima dos 30% das áreas, mas na região que compreende os municípios de Campo Verde, Primavera do Leste, Planalto da Serra, Chapada dos Guimarães e Vale do São Lourenço, o ritmo é um pouco menor, levando em consideração que a umidade ainda está elevada em alguns talhões, o que pode representar prejuízos para o produtor na classificação, por isso alguns ainda aguardam com o milho na lavoura, já que agora não existe a emergência da colheita no milho, como é por exemplo, no caso da soja e algodão.
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“Cortou a chuva de uma vez quando precisava chover, foi coisa de menos de 10 dias de diferença de uma área para outra que plantamos, que neste caso, devido à falta de chuva na época certa significou o sucesso e o fracasso de uma colheita. Ambas estavam dentro da janela, com folga, mas o clima não ajudou nas últimas áreas”, comentou o agricultor Braúlio Pruchniesky.
Na fazenda São Paulo, tocada pelos Pruchiniesky, os talhões que estão sendo colhidos agora deram uma ótima margem, cerca de 180 sacas por hectare, isso entre os cerca de 200 hectares que haviam colhido até o momento, mas alertou que essa não seria a realidade de todo cultivo, já que as últimas áreas sofreram com a falta de água.
Além disso, as últimas chuvas que caíram no mês de julho, também de nada serviram para saúde da lavoura de milho, na verdade até prejudicaram a colheita que teve que ser adiada devido a questão da umidade.
Apesar do atraso, o ritmo da colheita no estado e na região está elevado, cerca de 13% a mais do que a média histórica, o que deve representar uma colheita mais rápida.
Colheita do algodão também já começou
Os agricultores já começaram a colheita da pluma do algodão, que é uma das principais culturas cultivadas, em Mato Grosso. Nesta safra a área plantada passou para 1,18 milhão de hectares, enquanto que em 2021, foram 960 mil hectares plantados.
Já a produtividade deve ser de 278 arrobas de algodão em caroço por hectare, apenas uma arroba a mais em relação à temporada do ano passado.
No entanto, como a área está maior, o volume de algodão colhido também deve aumentar e ficar próximo de cinco milhões de toneladas, quase um milhão a mais que no ano passado.
Na primeira safra, plantada em dezembro, os resultados estão sendo positivos, já o algodão segunda safra, semeado em janeiro logo após a colheita de soja, não teve o mesmo resultado. O algodão foi cultivado dentro do período considerado ideal, mas o tempo não colaborou com os produtores.
Em uma fazenda de Campo Verde, a colheita também já começou. De acordo com o agricultor Rodolfo Bertani Lopes da Costa, foram mais de 1,5 mil hectares plantados sendo 580 em dezembro e o restante no mês seguinte.
"Esse ano choveu antes. Eu terminei o plantio do algodão safrinha em 20 de janeiro. Então foi dentro da janela e, com o preço do algodão, resolvemos aumentar as áreas de sarfinha. Só que tivemos um corte de chuva antecipado e isso ocasionou perda e a perspectiva de produção foi reduzida.
A gente esperava produzir 120 arrobas de pluma e agora a produção vai ser por volta de 80 arrobas de pluma por hectare. Este ano estamos trabalhando com 40% de algodão safra e 60% de safrinha", disse.