Na última semana o anúncio da Rumo Logística mexeu com o imaginário dos campo-verdenses, essa deve ser a maior obra de infraestrutura e logística desde a fundação do jovem município. A cidade foi confirmada como ponto fundamental da nova Ferrovia Estadual Senador Vicente Emílio Vuolo, que vai ligar Rondonópolis ao médio norte, passando pelas principais regiões produtoras do Brasil de grãos e pluma.
Campo Verde vai abrigar o primeiro terminal da nova ferrovia, por si só, essa já era uma boa notícia, mas ela não vem sozinha. Segundo afirmou o CEO da empresa, João Alberto Abreu, toda cidade que recebe um terminal, passa por transformações econômicas.
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“Todas as vezes que falamos em ferrovia, investimentos que devem chegar a casa de bilhões, outros parceiros já aparecem em sequência para explorar esse potencial, já temos conversado com frigoríficos, esmagadora de grãos, empresas de logística, traders e outras que com certeza vão estar próximas ao terminal para se beneficiar da facilidade desse transporte que é mais eficiente, barato e ambientalmente correto, realizado pelos trilhos”.
O terminal deve ficar localizado na região norte do município, distante 70 quilômetros da zona urbana, mais próximo da zona rural de onde devem vir os principais produtos a serem carregados.
Segundo a Rumo a ferrovia vai ter três grandes fases: a primeira fase até Campo Verde vão ser 211 km de trilhos, com a finalização do terminal na cidade, que é modular, com capacidade de 10, 20 ou 30 milhões de toneladas de embarque, que deve começar a operar em 2026. A segunda fase vai em direção a capital Cuiabá, saindo de Campo Verde. A terceira fase em direção a Nova Mutum onde já existe inclusive um terreno comprado, onde deve se instalar o terminal, que deve ser um grande hub.
Quando a questão das licenças ambientais, que pareciam ser um entrave ao planejamento, Abreu tranquilizou os investidores. “Temos 100% das licenças previas ambientais prontas para o projeto avançar, mas à medida que o projeto avance as licenças de instalação vão sendo emitidas, é assim a forma correta de se fazer um projeto dessa envergadura.”
O modelo adotado nesta que é a primeira ferrovia estadual do Brasil, também é inédito, cerca de R$ 14 bilhões, todos eles de recursos próprios da Rumo, o que também é uma novidade no país, quando o assunto é ferrovias.
A primeira grande obra desta primeira fase do projeto, já está em fase de execução, que é uma ponte de 1 km sob o Rio Vermelho ainda em Rondonópolis, essa segundo a Rumo deve ser a principal obra de arte da nova ferrovia. A construção do terminal em Campo Verde deve acontecer em paralelo a chegada dos trilhos e está prevista para terceira frente de obras desta fase do projeto.
Para a região, neste primeiro momento serão 100 mil empregos diretos e mais 100 mil indiretos segundo o CEO Beto Abreu. “E isso se trata somente das obras, por que quando chega a infraestrutura e a logística as fábricas começam a se tornar viáveis e muitos investidores começam a agir, pois os produtos passam a ser viáveis do ponto de vista financeiro, por que chegam com preços competitivos.”
O ministro de Infraestrutura Marcelo Sampaio, que assumiu o lugar o governador eleito de São Paulo Tarciso Freitas, esteve presente no evento e comentou que esse modal de transporte é transformador e que o país deve investir cada vez mais em parcerias como a da empresa Rumo, tanto em ferrovias, quanto em hidrovias, já que o transporte rodoviário para distancias de mais de 500 km é totalmente inviável em todos os sentidos e fragiliza a nossa competitividade.