Previsto para ser concluído em dezembro de 2022, o Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, está próximo de atingir a margem de 50% de domicílios visitados em Campo Verde. A estimativa da coordenação regional do órgão, divulgada à reportagem, é que o número de habitantes seja 13,5% maior do que consta no site oficial do órgão e que fique próximo dos 50 mil.
O Censo tinha o prazo de conclusão no final de outubro, mas devido as dificuldades encontradas ele foi prorrogado, com a expectativa de ser finalizado até o final deste ano. Mas se os números de Campo Verde não são animadores, os do estado de Mato Grosso são ainda piores.
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O estado tem o menor percentual de setores finalizados de todo o Brasil: 25,3% de um total de 9.082 setores. Até o fechamento desta reportagem, os trabalhos ainda estavam em andamento em 28,5% dos espaços e não havia sido iniciado em 46,2%.
Em Campo Verde os números são melhores, segundo coordenador censitário regional Allan Welber de Moraes. “Em Campo Verde cerca de 12 mil domicílios foram visitados, totalizando pouco mais de 24 mil pessoas recenseadas, a prefeitura estima que a cidade tenha cerca de 50 mil habitantes, mas vamos fazer essa conferência com o máximo de realidade possível”.
O problema é que a cidade tem muitos moradores na zona rural, que é extremamente extensa, esse trabalho já foi iniciado no município, com o apoio inclusive da administração pública, que cedeu veículos e motoristas para que os recenseadores cheguem até mesmo as comunidades mais distante.
Allan disse que o objetivo é ir em todos os domicílios da cidade, porém muitas pessoas entraram em contato com a reportagem dizendo que apesar de terem visto os recenseadores na rua, não foram entrevistados. O coordenador enfatizou que a população da zona urbana que ainda não foi procurada, deve ser em momento oportuno, tendo em vista que uma revisão deve ser realizada nos próximos dias.
“A maior dificuldade que temos encontrado em Campo Verde, são as residências onde todos ficam fora de casa o dia inteiro, estamos buscando horários alternativos, inclusive em feriados muitos recenseadores devem trabalhar, em casos muitos especiais, onde a pessoa não é encontrada, podemos tentar fazer até mesmo por telefone”, disse o coordenador.
Ele aproveitou o momento em que falava a reportagem para pedir as pessoas que recebam bem os agentes, já que durante o período eleitoral muitos foram confundidos com pessoas realizando pesquisas políticas, ou trabalhando em campanhas e acabaram sendo mal recebidos. “Os agentes censitários andam com identificação do IBGE, colete azul, crachá e o cidadão inclusive pode consultar o seu número na internet para saber se está realmente a trabalho do IBGE”, explicou
O Censo Demográfico é extremamente importante e tem por objetivo contar os habitantes do território nacional, identificar suas características e revelar como vivem os brasileiros, produzindo informações imprescindíveis para a definição de políticas públicas e a tomada de decisões de investimentos da iniciativa privada ou de qualquer nível de governo. E também constituem a única fonte de referência sobre a situação de vida da população nos municípios e em seus recortes internos, como distritos, bairros e localidades, rurais ou urbanas, cujas realidades dependem de seus resultados para serem conhecidas e terem seus dados atualizados.
Censo 2022 vai ajudar a corrigir repasses do FPM aos municípios
A realização do Censo Demográfico pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2022 deve dar fim às reclamações dos gestores municipais que alegam desatualização do número de habitantes. O Tribunal de Contas da União (TCU) usa dados do Censo como base para o cálculo e a publicação anual dos percentuais a que cada cidade tem direito no Fundo de Participação dos Municípios (FPM).
O repasse do FPM leva em conta o tamanho populacional de cada município. O IBGE atualiza a estimativa de habitantes de todas as cidades ano a ano, o que diminui a defasagem em relação ao último Censo realizado, em 2010. No entanto, há prefeitos que alegam ter população maior que a contagem oficial e, por isso, recebem menos do que deveriam.