Na última sexta-feira (28), a Polícia Civil de Campo Verde encerrou um dos casos de maior repercussão no município no ano de 2022, um suposto estupro de vulnerável que teria acontecido na cidade. O que vinha sendo tratado em sigilo, acabou viralizando em redes sociais e aplicativos de mensagens com vídeos da vítima e ameaças ao suposto acusado de ter cometido o crime.
Segundo as informações dos denunciantes, o crime teria acontecido no início do mês de outubro, porém o caso repercutiu somente por volta do dia 10, quando um vídeo gravado pelos próprios familiares da vítima, uma criança de pouco mais de dois anos de idade, começou a circular pela internet sem nenhuma censura.
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Acompanhado do vídeo, vinham mensagens de pessoas dizendo que tinham que pegar o homem que vinha sendo acusado (injustamente) de ter abusado da criança, que é pai da menina, inclusive com fotos do suposto suspeito, o que, segundo as autoridades, representava uma grave violação, tanto dos direitos do acusado, quando da própria criança que vinha sendo exposta na rede.
A Polícia Civil pediu então laudos periciais da Politec para confirmar a acusação e nada foi constatado. “A maior preocupação nossa, depois que tivemos a certeza que de que não houve o abuso sexual físico da vítima, era de tentar inibir as publicações nas redes sociais que expunham as partes envolvidas, conseguimos com a colaboração da população, que entendeu os malefícios que a disseminação inverídica dos fatos poderia causar, mesmo assim pedimos o acompanhamento de um profissional da psicologia para acompanhar o caso da criança envolvida”, lembrou o delegado Philipe Pinho.
Na sexta-feira, ao encerrar as investigações, a autoridade local foi categórica ao afirmar que não houve realmente o crime, mesmo sem o parecer psicológico. Segundo o delegado, as provas não apontam o crime do qual o acusado vinha sendo apontado.
Por fim o delegado afirmou que esses casos servem como alerta para falsas disseminações e da responsabilidade da população em espalhar informações falsas, que em outros casos levou inocentes a morte em espécies de tribunais de rua, o que, segundo ele, é um crime grave.
Falsas acusações podem ter consequências graves
Em 2021, um idoso de 63 acabou morto após ter sido espancado em Belo Horizonte. O homem, que era funcionário da prefeitura e conhecido como “Vô”, foi acusado injustamente de pedofilia e acabou sendo linchado por traficantes.
Segundo a polícia, o homem estava urinando em via pública e uma mulher, que possui envolvimento com o tráfico de drogas, passou com uma criança achou ruim, ligou e fez a falsa denúncia a criminosos da região. Entretanto, após o crime, a polícia e os próprios criminosos descobriram que a acusação era falsa.
Em Campina Grande, na Paraíba, também em 2021, um rapaz de 25 anos foi preso após ter sido acusado pela ex-cunhada de ter estuprado o próprio sobrinho de 6 anos. Ele ficou preso por cinco meses. Segundo a polícia da Paraíba, homofobia pode ter sido a motivação da falsa denúncia.
