Pelo menos 18 casos de reinfecção pela Covid-19 estão sob investigação no estado de Mato Grosso. Os casos estão espalhados em nove municípios, Campo Verde, Cáceres, Campos de Júlio, Aripuanã, Nova Santa Helena, Nobres, Cuiabá, Vila Bela da Santíssima Trindade e Paranaíta.
Os casos de reinfecção começaram a chamar mais atenção no estado após o secretário estadual de Saúde, Gilberto Figueiredo, ser novamente diagnosticado com a doença. Ele que é portador da doença de Crow e foi para São Paulo tratar de uma pneumonia, onde testou positivo novamente para o coronavírus.
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De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde, todos os casos de possível reinfecção estão sendo investigados e não há prazo para que a confirmação ou não seja informada. “As informações são analisadas e é encaminhado relatório técnico ao Laboratório Central do Estado (Lacen), que fará a identificação das amostras e o encaminhamento para o laboratório de referência. Não existe uma informação oficial sobre o prazo de liberação de resultados pelo laboratório de referência nacional”, diz parte da nota, encaminhada ao Jornal O Diário.
No dia 9 de dezembro, o Brasil confirmou o primeiro caso de reinfecção da Covid-19, uma médica de 37 anos, residente em Natal, capital do Rio Grande do Norte. Ela, que atua no estado e também na Paraíba, testou positivo em junho e depois novamente quase quatro meses depois.
Outro caso, ainda mais preocupante, é o de uma mulher do Amazonas. Com 29 anos, ela testou positivo para uma nova variante do vírus que pode ter surgido no estado. Os testes positivos foram em março e em dezembro. Exames apontam que, poucos dias antes da reinfecção, a mulher teria anticorpos que foram detectados em teste rápido.
Em dezembro, o Brasil já tinha pelo menos 501 casos suspeitos de reinfecção pelo coronavírus. Não se sabe ao certo quantos casos estão sendo investigados, porém, mutações e novas cepas do vírus que estão sendo descobertas no país, preocupam cientistas.
MUTAÇÕES PODEM TORNAR O VÍRUS RESITENTE AS VACINAS
Pesquisadores identificaram em uma mulher, 45 anos, de Salvador o primeiro caso de reinfecção no Brasil com uma mutação do coronavírus encontrada inicialmente na África do Sul. A linhagem com a mutação da Bahia é a mesma identificada pela primeira vez no estado do Rio de Janeiro, cuja descoberta foi anunciada em dezembro.
Uma das maiores preocupações dos cientistas é em relação a eficácia do imunizante. Essa mutação preocupa porque atinge uma região crucial do coronavírus. Em tese, ela pode tornar o vírus mais transmissível. Essa mesma mutação afeta também a região do vírus alvo da maioria das vacinas.
Embora não exista qualquer evidência nesse sentido até agora, é preciso investigar se ela afeta a eficácia dos imunizantes. Uma outra mutação da linhagem encontrada no Reino Unido e que já se espalhou por mais de 30 países atinge a mesma região do coronavírus.
Além de não haver garantia de que uma pessoa que já foi infectada pelo vírus fique imune ao vírus, estas variantes podem infectar uma pessoa mesmo que tenha anticorpos contra o vírus. Isto também derruba a ideia de que seria necessária a contaminação em massa para que pudesse ter a chamada “imunização de rebanho”.