A Vigilância Ambiental de Campo Verde, órgão vinculado à Secretaria Municipal de Saúde, está atuando ativamente no controle da Leishmaniose Visceral Canina (LVC), doença parasitaria que ataca cães e pode contaminar também o homem.
De acordo com o diretor da VA, João Paulo Cardozo, agentes de combate a endemias estão fazendo a busca ativa dos animais contaminados ou com suspeita da doença. O trabalho está sendo realizado na área urbana e também na zona rural.
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A medida foi tomada depois que foram registrados 49 casos suspeitos da doença no primeiro semestre desse ano. Cinco casos foram confirmados e os animais foram sacrificados. Um caso aguarda o resultado da contraprova do teste rápido feito pela Vigilância Ambiental.
A LVC é causada pelo protozoário Leishmania, transmitido pelo mosquito palha. Provoca lesões graves, com descamações e, eventualmente, úlceras, falta de apetite, perde de peso, lesões oculares semelhantes a queimaduras, atrofia muscular e crescimento exagerado das unhas.
Em estágio mais avançado, a Leishmaniose Visceral Canina pode provocar problemas no fígado, baço e rins, levando o animal à morte. “É importante ressaltar que há um grande número de animais infectados que não apresentam os sintomas clínicos porque a leishmaniose pode ter uma incubação de até sete anos”, explica João Paulo Cardozo.
O médico veterinário Sebastião Fernandes, comentou que a doença acontece devido ao protozoário que infecta os cães, alguns animais silvestres e humanos, “apesar de ser considerada uma zoonose, os cães e animais silvestres são uma espécie de reservatório da doença, a leishmania precisa do mosquito-palha do gênero Lutzomyia para completar o ciclo para forma infectante nos humanos. Ela não é transmitida diretamente dos cães para o homem, mesmo se houver feridas, na zona urbana o maior reservatório são realmente os cachorros,” explicou o veterinário.
O mosquito-palha não necessita de água para sua reprodução como, por exemplo, o Aedes Aegypti transmissor da Dengue e Zica, os mosquitos do gênero Lutzomyia se reproduzem em áreas úmidas, ambientes sombreados entre as folhas e pedras.
“Na zona rural temos um número considerável de casos de leishmaniose canina, justamente por conter vários locais propícios para criação desses mosquitos, por isso é necessário que as pessoas cuidem dos quintais e deixem limpos, ainda mais quando se iniciar os períodos chuvosos,” alertou Sebastião.
Prevenção
Existe somente uma vacina no mercado nacional que é aprovada para o uso veterinário. “Para realizar essa vacina tem que haver um preparo, os cães tem que realizar um exame apresentarem a sorologia negativa, necessita ter pelo menos quatro meses de idade e são três doses da vacina, que tem um custo um pouco elevado, aliado a vacina o ideal é que se use uma coleira com repelentes específicos para esse mosquito, essas coleiras vencem também a cada três meses. O recomendado realmente para quem deseja prevenir são esses dois métodos aliados, que tem um custo elevado, mas são encontrados no mercado.”
Para o animal que já tiver infectado, pode ser assintomático, quando ela se manifesta pode ser observada das formas ditas acima, o tratamento segundo o veterinário agora já existe, mas apenas um único medicamento é liberado para uso veterinário, ele lembrou que o uso de medicamentos de humanos é proibido em animais.