Enquanto a atenção da população está voltada para os cuidados com o novo coronavírus, uma outra doença que já é velha conhecida dos munícipes vem crescendo em ritmo acelerado. Em menos de um mês quase 200 novos casos da doença foram registrados em Campo Verde.
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O número elevadíssimo da dengue é 100% maior do que o mesmo período do ano passado. Dos 927 casos notificados, 793 foram confirmados até a última sexta-feira (19), e os números não param de subir.
O coordenador da Vigilância Ambiental de Campo Verde Kaio Cesar, ressaltou que a maior parte dos focos do mosquito da dengue foram encontrados nas casas. “Os índices estão muitos elevados na cidade, estamos fazendo a nossa parte, trabalhando incansavelmente, mas o maior número de focos ainda são as residências”.
O coordenador pediu mais consciência da população e colaboração em ações que realmente combatam o mosquito. “Os Agentes de Combate à Endemias, estão encontrando diversos focos de criadouros do mosquito, a maioria em lixos domésticos, pessoal não está cuidando. São garrafas pet, vasilhas de plástico, lonas, pneus, entre outros. Nós pedimos também que a população tampe as fossas sépticas, pois estão sendo um prato cheio para os mosquitos botarem seus ovinhos, pedimos mais do que nunca a colaboração da população”.
As ações são contínuas, mas devido ao grande número de contágio, eles intensificaram a campanha nas ruas, e desta vez os números demonstram o descuido em todas as regiões da cidade, não somente em bairros isolados, mesmo assim alguns deles se destacam como o bairro São Miguel. “Estamos indo de casa em casa, realizando a fiscalização e orientação aos responsáveis, também estamos realizando mutirões de limpeza, com o auxílio da Secretaria de Obras e cada vez recolhemos mais entulhos”, disse Kaio.
Além dos mutirões de limpeza, a prefeitura também coloca à disposição da população o Ecoponto, para descartar esses objetos, entulhos que ficam acumulando água, mas a população tem que se policiar, um exercício diário de observação, para evitar esse acúmulo, que propicia a proliferação do mosquito transmissor.
Quanto às notificações e até mesmo multas, o coordenador destaca que estas já estão sendo aplicadas pelos agentes. Quando eles emitem a notificação para os responsáveis, tem o prazo de cinco dias para eliminar o foco, depois disso podem ser emitidas multas que variam entre R$ 100 e R$ 1.000 dependendo da gravidade e reincidência.
Kaio alertou que a dengue também pode matar. “A dengue também mata, já registramos quatro casos de dengue hemorrágica em Campo Verde, sabemos que estamos enfrentando outra pandemia, que quando os casos são concomitantes da doença, a situação realmente fica preocupante. Outra situação que deve ser lembrada, é que os pacientes mais graves de dengue, podem acabar tendo que ser internados e esse não é o melhor momento, pois enfrentamos ambos desafios na saúde pública”.
CASOS DE DENGUE EM MT ULTRAPASSAM 36 MIL
Mato Grosso registrou 36.408 casos de dengue e atingiu 300 ocorrências para cada 100 mil habitantes. A Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT) alerta os gestores municipais para que intensifiquem o combate à dengue, zika e chikungunya, devido ao alto risco registrado em 102 dos 141 municípios mato-grossenses.
A incidência de dengue que, no ano de 2019 era de 205,9, subiu para 792,3 a cada 100 mil habitantes – os dados consideram os quatro primeiros meses de 2020 (parcial até o dia 23/04/2020). O Boletim Epidemiológico divulgado pela SES aponta 15 mortes causadas pela dengue grave; esses registros de óbitos estão distribuídos entre 13 municípios.
“A dengue não é mais uma doença sazonal para Mato Grosso e sim epidêmica. Com isso, há alto risco para esses agravos, o que coloca os gestores municipais em estado de alerta, sendo importante intensificar as ações preventivas de combate ao mosquito transmissor. A população pode contribuir nesse combate, limpando reservatórios de água e eliminando possíveis criadouros”, explicou a superintendente de Vigilância em Saúde da SES-MT, Tatiana Helena Belmonte.
Segundo Tatiana Belmonte, os municípios com registros de óbitos têm plano de contingência para dengue, chikungunya e zika, contam com profissionais da saúde que receberam capacitação para classificação de risco e médicos capacitados para o manejo clínico dessas arboviroses.
A superintendente ainda reforça que os municípios que estão em alto risco para dengue, mesmo em meio à pandemia da Covid-19, devem ter a atenção organizada para atender aos casos de dengue.