A BRF (Sadia) de Campo Verde, empresa que gerou várias expectativas de crescimento para o município num passado recente, vem cada vez mais restringindo suas atividades na cidade.
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Nesta quarta-feira (13) o anuncio de que a empresa iria fechar por completo suas portas circulou em redes sociais, porém essa informação não foi confirmada pela diretoria da empresa.
Nossa reportagem entrou em contato com a direção da empresa que respondeu via assessoria de imprensa :
A BRF informa que reavaliou o escopo da sua unidade agropecuária em Campo Verde, Mato Grosso com objetivo de otimizar sua cadeia produtiva local. Valorizando a importância estratégica da região na produção de commodities, a unidade manterá seu foco nas operações de recebimento, beneficiamento, armazenagem e expedição de grãos. Já a produção de ração e incubação de ovos será deslocada para uma região mais próxima às operações de abate da empresa. A decisão não impactará os volumes de produção e mercados atendidos pela companhia.
A companhia está trabalhando para que os cerca de 130 colaboradores ligados a linha interrompida sejam realocados em outros processos produtivos na mesma localidade ou em unidades próximas, dependendo da disponibilidade de mobilidade e a existência de posições equivalentes. A desativação deverá ocorrer a partir da segunda quinzena de julho.
As unidades de Lucas do Rio Verde (MT) e Nova Mutum (MT) receberão a produção em andamento nas granjas integradas e a companhia acompanhará os processos normalmente até o envio dos animais para abate, garantindo o cumprimento dos padrões de produção.
A empresa informa ainda que os termos contratuais vigentes serão honrados junto aos atuais integrados. A BRF irá acionar todos os produtores da localidade nas próximas semanas para comunicar os passos seguintes.
Segundo o que conseguimos apurar com outras fontes, a empresa interrompeu as atividades de fabricação de ração, incubatório, integração, granjas próprias, e criação de matrizes.
O impacto na economia local deve ser sentido em breve, de forma agressiva segundo as previsões. Apesar de afirmar que vai tentar realocar os cerca de 130 funcionários da empresa, já se tem a perspectiva de que a maioria ficará sem ocupação no momento, já que poucos vão deixar suas casas e famílias para trabalhar em outras unidades e municípios.
Falando de empregos indiretos que são gerados pela empresa nas atividades encerradas, esse número pode até mesmo triplicar.
A crise generalizada entre as empresas do setor de proteína animal, que estão suspendendo as suas atividades parcial ou completamente. A chamada “quebradeira” do segmento foi precipitada devido, principalmente, à crise econômica, mas também à escassez de crédito, instabilidade política, alta dos insumos (milho e farelo de soja) e forte queda nos preços de venda, que ficam abaixo dos custos de produção.
Além de Campo Verde, várias outras unidades da BRF espalhadas pelo Brasil tiveram paralizações de linhas de produção.