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NOTÍCIAS DE CAMPO VERDE Quarta-feira, 03 de Abril de 2019, 08:40 - A | A

Quarta-feira, 03 de Abril de 2019, 08h:40 - A | A

CIDADE

Avenue: quem vai pagar a conta ?

O local que iria ser inaugurado no último final de semana teve o alvará cassado dias após ser espedido.

Paulo Pietro
CAMPO VERDE

Um problema com alvará em Campo Verde impediu que o novo estabelecimento comercial Avenue, conseguisse abrir suas portas e receber o público no último sábado (30), quando estava marcada para acontecer à inauguração com bandas, duplas sertanejas, DJ’s, e Mc’s.  

 

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O local que pretende ser um ponto de lazer e entretenimento está localizado onde funcionava a antiga Bodega, foi todo reformado para receber os clientes e possuía o alvará de funcionamento de 2019, que foi concedido com nova razão social, novo nome fantasia, em nome do novo proprietário, o empresário Everton Ribeiro da Silva, no dia 07 de março, com a documentação em mãos ele iniciou os trabalhos de reforma. 

 

Mas no último dia 08 de março uma ação dos moradores do entorno do estabelecimento, informados sobre o novo investimento e com receio da continuidade do barulho e transtornos causados pelas pessoas que ficavam circulando nas ruas adjacentes, resolveram realizar um abaixo-assinado e propor ao Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbanístico de Campo Verde (CMDU), que o alvará que estava concedido fosse cassado, alegando os problemas sérios, além dos relatados acima, situações como insegurança, atendado ao pudor e até mesmo tráfico de entorpecentes que aconteciam na região.

 

A reforma já estava em seu término no dia 20 de março, quando o empresário recebeu a notificação de que ele deveria comparecer a reunião do conselho no dia 22 (uma semana antes da inauguração), para ser ouvido pelos membros do conselho, em razão dos problemas vivenciados pelos moradores.    

 

O Conselho analisou a situação, ouviu as pessoas envolvidas, inclusive o proprietário do novo investimento, que segundo ele teve somente 10 minutos para expor suas ideias, afirmou aos conselheiros, que mesmo não sendo sua obrigação, pretendia colaborar com a segurança até mesmo nos entornos do estabelecimento, disponibilizando seguranças externos para evitar que a população atraída pelo local causasse problemas a vizinhança. Diminuindo os impactos de forma significativa.  

 

Várias questões foram abordadas pelos conselheiros, que também ouviram os moradores, ao final segundo nos relatou o presidente do CMDU, Donizete Restani, que é secretário da pasta de Desenvolvimento Econômico da cidade, disse que “foram analisados os termos, nós demos oportunidade para os conselheiros tirarem suas dúvidas e no final foi decidido pela maioria que deveríamos dar um parecer desfavorável a continuidade do alvará do estabelecimento, entendo que o ramo de atividade do estabelecimento está em desacordo com a zona de ocupação da qual ele faz parte.”

 

Esse parecer do conselho foi enviado à administração municipal, que baseados na LEI COMPLEMENTAR Nº. 021/2010 de 25 de novembro de 2010. Que dispõe sobre o zoneamento, uso e ocupação do solo no município de Campo Verde, em conformidade com o Plano Diretor Participativo, decidiu cassar o alvará, mesmo antes do estabelecimento abrir suas portas e demonstrar que poderia ser diferente.

 

O problema é que o estabelecimento já estava todo reformado, quando no dia 22 o conselho enviou o parecer a administração municipal, o empresário Everton, esteve na redação do Diário na tarde dessa terça-feira (02), contou que “no dia 25 de março eu ainda estive pessoalmente com o prefeito Fábio Schroeter, expliquei para ele tudo que pretendíamos fazer para melhorar a situação e conviver em harmonia com os vizinhos, que nosso funcionamento é diferenciado, que já temos experiência em Jaciara, onde estamos instalados em uma área que nem se quer é mista, somente residencial, mesmo assim não temos problema. Mas não adiantou no dia 27, três dias antes de inaugurar a casa recebemos a informação de que nosso alvará foi cassado.”

 

Everton reiterou que “a essa altura estava com mais de 300 ingressos vendidos, todos os camarotes comercializados, nós investimos R$ 387 mil em Campo Verde, mão de obra da reforma foi da cidade, todos os produtos e materiais foram comprados em Campo Verde, mais de 30 pessoas que moram aqui já estavam contratadas para trabalhar no primeiro mês, muitas delas já estavam fazendo planos, renovado as esperanças para seus futuros, para dar dignidade as suas famílias. Depois de tudo isso, não conseguimos se quer uma oportunidade de demonstrar nosso trabalho, por isso eu pergunto a administração municipal: quem é que vai pagar essa conta ?”

 

Já com o alvará de uso e ocupação cassado, no dia 28 a Avenue ainda obteve o alvará da vigilância sanitária, que foi ao local três vezes e liberou o sem nenhuma ressalva, assim como no dia 29 também recebeu os alvarás tanto da Polícia Civil quanto do Corpo de Bombeiros, liberando o funcionamento, como nossa reportagem confirmou.  

 

Logo após a negativa do alvará de uso e ocupação o corpo jurídico que trabalha com o empresário tentou entrar com uma liminar para garantir a inauguração, mas ela acabou sendo negada na sexta-feira (29) pela Excelentíssima  Juíza Carolina Schneider.

 

Os advogados agora tentam recorrer da decisão, o empresário também disse que pretende contar com o apoio da população de Campo Verde, ele alega que “foram 57 assinaturas somente que estava no abaixo-assinado, sabemos que o conselho se quer investigou essas assinaturas e CPF’s, por que nós fizemos isso e constatamos algumas irregularidades, como de pessoas que não moram realmente no entorno do local. Enfim, somente nas redes sociais recebemos o apoio de mais de 4 mil pessoas, sabemos que muitas outras apoiam nosso investimento e querem essa opção para cidade, as pessoas não podem colocar em detrimento de 57 assinaturas  a vontade de uma boa parte da população. Mesmo assim, estamos garantindo melhorias, só queremos a oportunidade de demonstrar,” finalizou o empresário.

 

Não existe um prazo definido para que essa questão seja resolvida, mas o empresário diz que já vem calculando os prejuízos desde a data que deveria ser inaugurado o empreendimento e precisa com urgência resolver a questão, ele inclusive não descarta processar a prefeitura devido ao fato.           

  

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