Investimentos previstos para os próximos anos em rodovias federais e estaduais em Mato Grosso, bem como na extensão da malha ferroviária, são vistos com otimismo pelo setor produtivo do estado. Em Campo Verde, agricultores preveem crescimento no desenvolvimento econômico diante dos trabalhos na MT-140.
A MT-140, principal ligação das BR-070 e BR-163, pode se tornar o mais importante corredor de escoamento da produção agrícola entre as regiões sul e médio-norte de Mato Grosso. As obras de pavimentação da rodovia estadual estão adiantadas e a expectativa do setor produtivo é que em dois anos toda a extensão esteja asfaltada.
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“Temos a possibilidade de estar transitando com cargas que não estão passando na BR-163, BR-364. Podemos trazer por aqui. A gente vai ter economia, principalmente na região. Você já vê que com esse asfalto já tem. Você vê o desenvolvimento inclusive das fazendas que estão próximas, as pastagens já estão limpas. Tudo vai estar agregando”, diz o presidente do Sindicato Rural de Campo Verde, Alexandre Schenkel.
Prefeito de Campo Verde, Alexandre Lopes destaca que as melhorias na MT-140 trazem para o escoamento e para a população uma alternativa a mais.
“Nós tínhamos que descer toda a BR-163, que é uma rodovia que tem uma quantidade muito grande de carretas, e que requer cuidados. Então, é mais uma rota ofertada”, comenta Lopes.
Conforme o secretário de Agricultura e Meio Ambiente de Nova Brasilândia, Cleberson de Souza Rocha, o acesso da via MT-140 irá trazer inúmeros benefícios.
“Éramos vistos como final de linha, e a logística ficava mais cara, tanto para a gente escoar a nossa produção, quanto para a gente trazer insumos de produção. Nós vamos ter acesso a alimentos mais barato, a insumos de produção mais baratos”, pontua Rocha.
Ferrovia estadual deve reduzir custos com frete
Outra obra aguardada pelo setor produtivo de Campo Verde e região é a Ferrovia de Integração Estadual de Mato Grosso, conhecida como Ferrovia Senador Vicente Vuolo. A malha que sairá de Rondonópolis terá 211 quilômetros de extensão até Campo Verde. As obras devem receber um investimento aproximado em R$ 4,5 bilhões, segundo a Rumo S.A.
“Todos os investidores se preocupam com a questão de logística. Se tiver uma competição de fretes, você ajuda os investimentos aqui na nossa região. Nós estamos aguardando as indústrias, estamos aguardando os empresários para estar investindo na nossa região, agregar valor à essa produção agrícola”, salienta Alexandre Schenkel.
O projeto prevê um terminal com capacidade de movimentar cerca de 30 milhões de toneladas de carga. Ele deve ser construído a 80 quilômetros do perímetro urbano de Campo Verde. A operação está prevista para o primeiro semestre de 2026.
“Ela [Rumo S.A.] terminará em Campo Verde esse primeiro lote, depois nós teremos de Campo Verde até Nova Mutum e até Lucas do Rio Verde, se se esquecer que um desses ramais ligará até Cuiabá. Essa rodovia MT-140 fará com que o eixo da BR-163 utilize um raio de 200, 300 quilômetros fazendo com que os embarques de cargas aconteçam já em Campo Verde a partir dessa subida de ferrovia e da construção do terminal”, destaca o prefeito Alexandre Lopes.
Nova fronteira agrícola e novo marco para a região
Para o produtor rural Almir Ferreira Pinto as obras da ferrovia e terminal irão auxiliar na expansão agrícola e dar mais visibilidade ao potencial da região. Ele, que planta 1,8 mil hectares de soja em Planalto da Serra, comenta que a região possui muita área agricultável que estava “praticamente improdutiva” e está sendo transformada.
“Está todo mundo abrindo as áreas de pasto abandonada. Está virando lavoura. Eu digo que vai ser a nova fronteira daqui da região de produção agrícola. Soja, algodão, milho, tem um campo muito extenso isso aqui. Então, acho que isso aqui é um marco. Um sonho que nós tínhamos e precisávamos. Vai ser uma revolução para a região”.