Um dos maiores ativos do agronegócio campo-verdense, que é inclusive um dos maiores símbolos do município, passa por um momento de baixa no mercado, ainda mais se comparado aos bons momentos vividos pelas demais comodities produzidas em Campo Verde, a soja e o milho.
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Com isso, já se espera uma redução da área de plantio menor da pluma no próximo ano, se fala em aproximadamente 20%, mas esse número pode ser ainda maior. Para falar sobre esse momento ruim e delicado no mercado da pluma, nós conversamos com o especialista em algodão, Carlos Alberto Menegati, que elencou alguns fatores preponderantes para a baixa nos preços.
“Como quaisquer outras comodities, o algodão sofre com as variações de preços e neste momento o mercado nos coloca essa condição que é natural, claro que com a questão da pandemia nós tivemos algumas perdas significativas, as fábricas diminuíram muito o consumo, pois tiveram que parar por algum tempo, isso agravou uma condição de preços baixos que já vinham acontecendo antes. Mas, rapidamente, estamos percebendo a recuperação do mercado. No Brasil temos sinais fortes da retomada da cadeia, com vigor maior da comercialização do campo até as lojas, com os produtos acabados”, justificou Manegati.
Ele acredita que essa queda nos preços do algodão é natural, que vê com bons olhos os preços de soja e milho, já que os mesmos que produzem o algodão na cidade, na maioria das vezes também são produtores dos grãos, “é o ciclo, dessa maneira quando uma cultura está em baixa outras estão alta, alavancando o agronegócio”.
ESPECIALISTA ANALISA MOMENTO DE QUEDA COMO NATURAIS
O especialista ainda revelou que devido a sua longa experiência, momentos de queda são considerados naturais e muitas vezes até saudáveis para o agro de maneira em geral, isso não quer dizer que o mau momento vai se manter.
“O que se observa além, é óbvio, do lucro e a condição de manejo do solo, rotação de culturas, neste momento devido aos custos elevados da produção e do preço, outras culturas estão sendo mais interessantes para o produtor então eles vão aproveitar para diminuir a área do algodão, para que no momento melhor eles retornem com a cultura da pluma produzindo em sua totalidade”.
A crise dos preços e o custo elevado da produção do algodão já eram motivos suficientes para a redução da área, mas outro fator ainda mais perigoso entrou em campo, a questão climática não ajudou.
Como o plantio da soja somente se iniciou na última semana e ainda sem força total, o plantio do algodão safrinha foi arrastado de maneira perigosa aos olhos dos especialistas, caso as previsões se concretizem, em algumas áreas plantar algodão deve significar certamente um grande risco.
CAMPO VERDE. UM DOS MELHORES LOCAIS PARA PRODUZIR ALGODÃO
Na opinião de Menegati, “Campo Verde é um dos melhores locais do mundo para produzir algodão, tanto em qualidade quanto em produtividade, essas variações são conjunturais, mas temos uma base produtiva extraordinariamente boa, tanto nas fazendas quanto demais setores subsequentes como beneficiamento, classificação. Tenho certeza que vamos continuar produzindo muito forte o algodão, ele se encaixa perfeitamente na racionalização de utilização da propriedade, do maquinário, da mão de obra e da distribuição de riscos. Produzindo desta forma com excelência, estamos atraindo inclusive indústrias têxteis, tenho certeza que em breve vamos ter algumas aqui, isso ajuda bastante a cadeia produtiva, agrega valor, contribuiu para o desenvolvimento do município e gera muitos e bons empregos, todos saem ganhando, o algodão tem essa capacidade de fazer com que a indústria vá até a produção e isso é extraordinário”, finalizou.