Mato Grosso pode ter em algumas lavouras de algodão 2ª safra uma quebra de 20% na produtividade. A falta de chuva é o principal motivo para a projeção. O Estado se prepara para iniciar a colheita da cultura e em algumas propriedades algumas áreas da lavoura chegaram há ficar 37 dias sem água.
A área destinada ao algodão em Mato Grosso na safra 2015/2016 ficou em 606,97 mil hectares, um incremento de quatro mil hectares em relação às projeções anteriores. Levantamento do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), destaca que apesar do aumento da área, a produtividade foi reajustada negativamente para 255,15 arrobas por hectare de algodão em caroço.
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A falta de chuva em Mato Grosso é considerada pelos produtores como um dos grandes responsáveis pelo rendimento baixo das lavouras. “É um ano com problemas de clima para todas as culturas. A nossa perspectiva é um recuo de aproximadamente 5% na produtividade”, comentou o presidente da Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa), Gustavo Piccoli, durante a inauguração do Centro de Treinamento e Difusão Tecnológica do Núcleo Regional de Campo Verde, na sexta-feira (17).
O produtor de Campo Verde, Herlan Meinke está começando a colheita do algodão 1ª safra semeado em dezembro. Em sua propriedade dos 500 hectares plantados 220 hectares são de algodão primeira safra e 280 de algodão 2ª safra. A princípio, comenta ele, a 1ª safra aparenta estar melhor que o constado em 2015. “Porém, a 2ª safra ainda está indefinida. O maior impacto do clima foi na 2ª safra, cuja colheita começará em agosto. Nela creio uma queda de 20% na produtividade”.
Herlan comenta, ainda, esperar na 1ª safra do algodão uma produtividade igual a verificada no ciclo passado de aproximadamente 250@ por hectare. Por 37 dias uma área em torno de 80 a 100 hectares na propriedade do produtor Cesar Xavier, em Campo Verde, não viu chuva. “Impacta mais na 2ª safra. Ainda não dá para mensurar o quanto de perda de produtividade posso ter, até porque às vezes pode superar ou não as nossas expectativas, ou seja, posso estar esperando redução e não ter”.
No início do ano o representante do Imea Renato Tachinard, previa que seria mais uma safra regular na região, muito parecida com a dos anos passados. Mas a falta de chuva mudou um pouco o cenário da região.
Mesmo com essa pequena quebra os produtores estão contentes com o trabalho realizado, na inauguração do Centro de Treinamento da Ampa na sexta-feira (17) o presidente da entidade Gustavo Piccoli alegou que. “o reconhecimento do estado como produtor e exportador está consolidado, mas que para entrar no mercado de cabeça mais produtores terão que aderir a cultura do algodão, aumentando a área e produção, justamente para não perdermos o que foi conquistado em número de exportações.”
Campo Verde se destaca como um dos principais polos do Estado na produção do algodão, a inauguração do Centro de Treinamento e Difusão Tecnológica da Ampa e do Imea trouxeram mais expectativas para a produção na região, já que agora poderão contar com pesquisas específicas para o solo e clima dessa região, bem como poderão qualificar mão de obra e contar com as novidades tecnológicas do setor.