Ainda falando sobre a dengue, que infelizmente tem aumentado na cidade trazendo riscos para população, o fumacê, que antes era muito presente no município, está cada vez mais raro. De acordo com o diretor da Vigilância Ambiental Kaio César, o insumo que é utilizado no procedimento, um inseticida específico, está realmente em falta em todo o Brasil, justamente no momento em que a população mais precisa.
Kaio explica que esse insumo é distribuído pelo Ministério da Saúde e que desde o ano passado o município vem sofrendo com a falta do produto.
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O produto é utilizado na nebulização espacial, conhecida popularmente como fumacê. Há escassez do insumo e atraso no repasse a estados desde o ano passado e a alta de casos em vários pontos do país preocupa.
A secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, Ethel Maciel, disse em entrevista à CNN que a atual gestão assumiu “sem nenhum estoque”. “Já refizemos os contratos, mas, como são compras internacionais, que chegam de navio, a previsão de entrega é demorada. Um dos [itens] que precisávamos foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no fim de fevereiro”.
Até o fim de fevereiro, segundo o ministério, o Brasil teve alta de 46% nos casos de dengue e de 142% nas infecções por chikungunya na comparação com o mesmo período do ano passado. Em nota técnica da Coordenação-Geral de Vigilância de Arboviroses, de 3 de março, o ministério informou aos municípios e estados que o processo de aquisição de um dos fumacês, o Cielo-UVL (Praletina + Imidacloprida), estava na fase final de contratação, com expectativa de recebimento do insumo nos próximos 45 dias.
O atraso nos cronogramas, enfrentado desde 2022, é reflexo de dificuldade global de aquisição do produto. A nota explica ainda que, diante dos percalços, optou-se por incluir um novo adulticida para uso em UBV (equipamento que nebuliza o inseticida), o Fludora Co-Max (Flupiradifurone + Transflutrina), para evitar a dependência de um fornecedor único.
Conforme a nota, “se aprovada a excepcionalidade pela Anvisa, por se tratar de aquisição internacional, o produto não estará disponível para distribuição nos próximos 60 dias”. Segundo o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), houve problemas nos processos de compras no ano passado. “A atual gestão teve de reiniciar as compras, o que está levando ao atraso para o recebimento do Cielo”, disse o conselho.
“Outro adulticida estava em processo de compra, mas estava aguardando uma liberação da Anvisa, que só saiu recentemente, para que pudesse concluir a compra e iniciar o processo de importação”, acrescentou o órgão de secretários. Ainda segundo o conselho, os Estados precisarão ser capacitados para usar o novo produto, o Fludora.
O Conass diz que a aquisição é de responsabilidade do ministério, pois não há produção nacional e o processo de compra “geralmente é longo”.