Hoje (28), é celebrado o Dia do Avicultor, uma data considerada importante para o setor, que é parte de uma das principais forças econômicas do país e que tem crescido consideravelmente devido a maior procura pela proteína no mundo.
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Hoje, o Brasil é o maior exportador mundial e terceiro maior produtor de carne de frango. A avicultura é um dos setores mais importantes do agronegócio, sendo responsável por 3,5 milhões de empregos diretos e indiretos, com movimentação de R$ 36 bilhões em negócios e participação em 1,5% do Produto Interno Bruto (PIB).
Nos sites do município de Campo Verde, a avicultura ainda está presente como uma das principais forças econômicas, porém há dois anos e meio ela sobrevive somente na literatura, pois os mais de 100 avicultores da cidade não produziram nada durante esse período, desde que a BRF (Brasil Foods) antiga Sadia, parou de funcionar na cidade e rompeu a integração de frango, causando uma derrocada no setor, além de milhares de desempregos diretos e indiretos.
O avicultor Paulo Abatti, é um dos mais antigos e esperançosos do setor, ele ressalta que por 20 anos investiu no setor. “Trabalhei durante 20 anos na avicultura para pagar os investimentos nos aviários, bem no ano em que eu terminei de pagar as dívidas, que acreditei que poderia ter uma folga no orçamento, tivemos que paralisar as atividades, às vezes, quando pensamos no futuro bate um desespero, mas temos que acreditar”.
Ele comenta que não entende o desinteresse da empresa na região, pois sabe que o mercado de aves está aquecido e Campo Verde, além de ter muitos aviários, conta com as condições ideais para atividade, que teve início no município em 1992.
Campo Verde está há 745 metros acima do nível do mar, a temperatura é mais amena que em outras regiões do estado, a criação de aves para o abate deu certo e o município tornou-se pioneiro na atividade.
SITUAÇÃO FINANCEIRA COMPLICADA
Outro fator que contribuiu de maneira importante para que a avicultura se desenvolvesse no município foi a grande oferta de matéria-prima, como soja e milho, utilizados na fabricação de ração. “Eu tenho experiência no setor, posso afirmar que em Mato Grosso podemos até encontrar um local igual, mas com certeza melhor que Campo Verde para avicultura não existe”, pontuou Paulo.
O produtor que era considerado pequeno, tinha dois barracões, que abrigavam a produção mensal de aproximadamente 35 mil aves/mês. Quando a atividade estava em pleno funcionamento, eram abatidas 6,4 milhões de aves criadas em 427 galpões, diariamente saíam dos aviários de Campo Verde 164 mil frangos para o abate. Esses números faziam do município um dos maiores produtores de frangos de corte de Mato Grosso.
Hoje da pena de ver os barracões parados, muitos avicultores cansaram de esperar e partiram para outras atividades. Os que tinham alguma outra fonte de renda, como nosso entrevistado, que produz coco, ainda tentam se manter e manter os barracões com a manutenção em dia, na esperança de que a atividade retorne em breve.
Outros se encontram em situação financeira complicadíssima, principalmente os que haviam realizados investimentos mais recentes e viviam somente do setor.
SETOR AGUARDA INSTALAÇÃO DE FRIGORÍFICOS
A esperança é que seja anunciado, o quanto antes, o investimento no frigorifico de frangos na cidade. Segundo matéria já publicada no O Diário, um grupo de investidores sinalizou interesse em construir um frigorífico de frangos em Campo Verde.
Segundo as informações obtidas, o acordo entre o grupo de investidores e o proprietário da área onde será instalada a unidade já foi formalizado. Entre os investidores do empreendimento está o vice-governador do estado Otaviano Pivetta.
Ainda segundo informações, o local onde será instalado o novo frigorífico, é o mesmo que despertou o interesse da BRF. A região é considerada perfeita para atividade, pois conta com as condições geográficas ideais para a construção de um frigorífico.
Com a construção do tão sonhado frigorífico, os 75 avicultores ainda associados à ACAV (Associação Campo-verdense de Avicultura) que estavam parados e possuem aproximadamente 220 aviários, mesmo a todo vapor não serão suficientes para o abate programado pelo frigorífico, sendo necessário mais investimentos neste setor, mas que será absorvido facilmente segundo nossas fontes.
A ACAV não quis comentar sobre o assunto, mas confirmou a informação de que no mês de abril o grupo de investidores realizou uma visita técnica em muitas das granjas dos associados, que seriam parceiros dos investidores caso a construção fosse confirmada.
Ainda segundo a reportagem pesquisou, a visita técnica foi uma das últimas etapas do processo, antes de eles baterem o martelo na negociação, mas que devido terem gostado do que viram já fecharam o acordo.
Porém se especulava o anúncio ainda em julho, o que não aconteceu, isso está gerando temor de que os investidores possam ter desistido da empreitada.