Após a ocorrência de um forte El Niño, que trouxe muitos prejuízos à agricultura brasileira, o clima passa por um período de transição para a chegada do La Niña. De acordo com informações do NOAA - Serviço Oficial de Meteorologia dos EUA -, há de 55% a 60% de chances do evento ocorrer entre os meses de outubro e novembro. Já na visão do climatologista, Luiz Carlos Molion, o evento climático deverá se intensificar em outubro e permanecer até 2019, e voltar a atrapalhar a produção agrícola nacional.
"Isso pode atrapalhar muito a produção agrícola, especialmente, a produção de soja, porque as chuvas no Centro-Oeste começam a ficar mais firmes, e os produtores querem plantar em outubro por causa da safrinha. Muitos podem perder a semente se plantar no começo de outubro", disse Molion no final de agosto.
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A realidade encontrada em Campo Verde, porém é diferente, apesar de as previsões anteriores terem apontado um mês de outubro sem chuvas, ela aconteceu em boa quantidade e os produtores puderam se enquadrar perfeitamente na janela de plantio. “Na verdade Campo Verde está superando as expectativas, já estamos com quase 70% da área de soja plantada, até o final do mês é possível que 100% esteja terminado. A safra deste ano sem dúvida deve ser bem melhor que do ano passado pois a chuva caiu nos momentos certos,” explicou o Engenheiro Agrônomo e Gerente da Agro Amazônia Rodrigo Mattia. Mesmo se houver um excesso de chuvas daqui até o final do mês a área ainda não plantada, não deve sofrer intercorrências.
Por outro lado ainda existe a preocupação de alguns agricultores no momento da colheita, que também pode haver excesso das chuvas e acabar afetando a qualidade dos grãos, mas quanto a esse problema existe toda uma programação a ser realizada.
O La Niña, tradicionalmente, traz condições de um tempo mais seco para a América do Sul durante sua ocorrência e, para o Brasil, especificamente, se caracteriza por mais chuvas para a região Nordeste, temperaturas mais baixas do que o normal durante o verão no Sudeste, atraso da chegada das chuvas no Centro-Oeste e Sudeste, além de um verão mais seco no Sul do país. Entretanto, ainda como explica Molion, esses efeitos podem variar de acordo com a intensidade do fenômeno, em Campo Verde tudo está correndo bem e alguns mais otimistas já falam até em safra recorde.