Uma iniciativa de um Projeto de Lei, do deputado Lúdio Cabral (PT-MT) pode afetar um importante setor de geração de renda de Campo Verde e do estado de Mato Grosso.
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O PL que proíbe pulverização aérea em Mato Grosso está gerando revolta no setor produtivo, que teme prejuízos incalculáveis. O Brasil detém a segunda maior frota de aviões agrícolas do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. O estado mato-grossense lidera internamente, com 494 aeronaves e pelo menos 300 operadores privados.
Somente em Campo Verde existem três empresas que realizam o serviço, além de uma empresa de manutenção e a EJ que é uma escola de aviação civil, que seria indiretamente afetada pela medida. Essa rede gera no município aproximadamente 50 empregos diretos e pelo menos o dobro de empregos indiretos.
O risco de extinção da atividade deixou empresários apreensivos. “Isso vai dar um prejuízo muito grande tanto para nós quanto para agricultura”, afirma Jefferson Willian Bauermeister de Oliveira, sócio-proprietário da empresa Awaer, aeroagrícola e manutenção de aeronaves, de Campo Verde , que e atende uma área de 200 mil hectares por safra.
Oliveira destaca que a atividade é fiscalizada por órgãos federais, como o Ministério da Agricultura e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), e estaduais, sendo eles a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) e do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea). “A gente procura fazer tudo corretamente”, reforça.
O piloto Léo Jures de Vargas receia ficar sem trabalho depois de ter investido muito dinheiro na formação. “E não sou só eu, mas todo o pessoal: ajudantes e mecânicos. Todo mundo será afetado”, lamenta.
Lúdio Cabral (PT-MT), autor da proposta na Assembleia, defende que a prática de pulverização aérea é mais nociva à população rural e menos eficaz que outras formas de aplicação de defensivos. “Várias pessoas têm nos mandado vídeos das rodovias, em todo o estado, presenciando aeronaves pulverizando agrotóxicos fora dos limites que são estabelecidos na nossa legislação. Denúncias de comunidades de vilas onde as escolas têm que parar o seu funcionamento em função da deriva de veneno comprometendo o ambiente de educação das crianças. Temos até denúncia de produtores de algodão que estão sofrendo com a deriva de veneno aplicado por helicóptero por aeronave em pastos no nosso estado. A própria agricultura está sendo penalizada com a aplicação aérea de agrotóxico”, diz Cabral.
Porém as afirmações do deputado são rebatidas com veemência pelos produtores. Inácio Modesto Filho é diretor técnico de Agricultura do Grupo Bom Futuro, que cultiva mais de 500 mil hectares no estado e tem a maior frota do país, com 12 aeronaves. Ele foi pego de surpresa pelo projeto de lei. Para o dirigente, o autor da medida não conhece o setor produtivo e vai criar uma situação insustentável para aplicação de produtos agrícolas. “Se eu tenho uma praga ou uma doença e passa uma semana de chuvas, tenho áreas para pulverizar. E o que vai acontecer quando a praga ou a doença atingir os níveis críticos pela demora da entrada? A produtividade será menor”, explica.
O empresário campo-verdense Jefferson Bauermeister , nos disse quem em seus 30 anos de experiência no ramo da aviação, nunca havia visto uma acusação tão absurda, a AWA atende toda a região, principalmente no setor de manutenção de aeronaves, somente no momento da nossa visita haviam três aeronaves agrícolas, de municípios vizinhos que estavam passando por revisões em seu hangar.
Segundo os dados do SINDAG (Sindicato Nacional de Aviação Agrícola) existem atualmente 253 empresas de aviação agrícola no Brasil, 30 estão em Mato Grosso, 25 delas adotaram programas de boas práticas na pulverização.