A história Uma confusão de informações transformou a rotina dos moradores do Jupiara, no final da tarde de quarta-feira (14). Um senhora foi encontrada morta em sua residência E boatos começaram a se espalhar nas redes sociais sobre mais um possível homicídio em Campo Verde, que não aconteceu.
A PM foi até o local e chamou os investigadores da Polícia Civil, eles constataram que Rita Bispo da Rocha, de 62 anos, havia morrido por causas naturais a mais de 24h, pois o corpo estava em decomposição.
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Depois de confirmar a morte natural, o boato diminuiu, mas mesmo assim, existem grupos que relatam o fato como se tivesse ocorrido.
SITES AJUDAM A DESCOBRIR NOTÍCIAS FAKE
No final dos anos 90, quando a internet ainda era acessada através de computadores conectados a linha telefônica, já naquela época existia o hábito de enviar notícias por mensagens de e-mail a grupos de amigos. Os boatos sempre existiram, os assuntos variavam entre revelações de escândalos política, dicas de tratamentos de saúde alternativos ou alertas sobre perigos em geral. Com evolução da tecnologia que permite o acesso a internet, mais pessoas puderam-se conectar-se a rede. Nesse período surgiram as redes sociais, o que possibilitou a intensificação dessa prática. A divulgação de histórias falsas pode ter consequências reais, e em casos extremos originar ações violentas. A coluna Tira-dúvidas de tecnologia já apresentou um teste sobre os perigos de se divulgar denúncias contra maus-tratos a animais.
A divulgação de histórias falsas não se restringe a somente esse tipo de crime. Com um pouco de criatividade, é possível produzir facilmente um boato e em pouco tempo conquistar o engajamento de milhares de internautas. Quando isso ocorre com o apoio de figuras públicas através de compartilhamento nas suas redes sociais, a repercussão da postagem é ainda maior.
A recomendação é que antes de compartilhar qualquer informação, quando possível, seja verificada a sua veracidade. Não é porque está publicado em blogs, sites, redes sociais, ou compartilhado em grupos do WhatsApp que necessariamente é verdade. Existe muito conteúdo criado apenas para conquistar seguidores e acessos, e assim monetizar o site através de anúncios. Isso não significa que todos produtores de conteúdo independentes não sejam considerados confiáveis, porém não existe uma regra que permita identificar as fraudes facilmente. E na dúvida, é mais apropriado abrir mão de eventuais curtidas recebidas do que contribuir na sua divulgação de boatos.
Recentemente páginas falsas no Facebook anunciaram sorteios de automóveis de luxo e smartphones de última geração para os seguidores que curtirem a publicação e compartilha-la em seus perfis. Uma das montadoras mencionadas nos falsos sorteios já se pronunciou nas redes sociais e através de uma declaração desmentiu a existência de qualquer sorteio.
MAS AFINAL, COMO IDENTIFICAR UM BOATO NA INTERNET?
Existem alguns sites que podem auxiliar o leitor:
E-farsas - É um dos precursores do gênero, o site tem mais de 10 anos de existência e nele é possível pesquisar sobre a maior parte dos boatos amplamente difundidos na rede. O autor do site além de pesquisar a origem dos boatos, tenta fazer uma análise minuciosa sobre os pontos contraditórios contidos na informação que está sendo divulgada.
Boatos.org- É uma outra excelente alternativa para checagem de histórias espalhadas pela internet. O site segue uma linha editorial semelhante a encontrada no e-Farsas, mas pode variar no que diz respeito a análise da história. Nem sempre o que publicado num site, é repetido no outro.
Fatos & Boatos - É um site criado pelo Governo Federal e lançado no final de 2015. Nesse site são esclarecidos fatos relacionados a política.
Verdades e Boatos - É um site institucional desenvolvido pela Coca-Cola para esclarecer os boatos espalhados sobre os refrigerantes produzidos pela empresa.
Tentar esclarecer os fatos divulgados na internet não é o mesmo que inibir a livre manifestação de opiniões, mas uma iniciativa importante para distinguir o que é informação verdadeira das histórias falsas divulgadas de maneira irresponsável.
CASO RECENTE
O boato mais recente que viralizou na nossa região e era um boato “falso” foi da menina Estela Pereira Calheiros. A história que circula online dá conta que Estela Pereira Calheiros, adolescente de 14 anos, desapareceu “ontem” da casa dos seus pais. De acordo com o que pesquisamos, o seu desaparecimento foi reportado em diversas cidades do Brasil. Vimos relatos do desaparecimento dela em Belo Horizonte (MG), Campinas (SP), Mauá (SP), Camaçari (BA), Rondonópolis (MT), e outras cidades. Leia texto que circulou online:
Pessoal essa é minha filha, saiu ontem de casa por volta de14:30h, na região do bairro Planalto, onde moramos, está sem documentos, por favor divulguem o máximo que puderem para outros grupos, achamos que nunca vai acontecer conosco, caso vejam liguem para o 197 ou 190, muito obrigado. Um pai desesperado.” O nome dela é Estela Pereira Calheiros e tem 14 anos!
O site Boatos.org pesquisou e desvendou a verdadeira história, de fato, a menina desapareceu no dia 12 de setembro. A cidade “real” do desaparecimento foi Belo Horizonte. Porém, de acordo com informações passadas pela Polícia Civil, ela voltou para casa no mesmo dia. Ou seja, Estela Pereira Calheiros já foi encontrada e está com a família.
Atualmente um áudio de um pai circula na internet, com fotos diferentes em grupos do Whatsapp, há boatos que o menino é de Campo Verde, Primavera do Leste, Jaciara, Juscimeira entre outras cidades.
A informação pode até mesmo não ser falsa, mas está sendo espalhada de forma desordenada, com fotos diferentes em grupos distintos. Em Campo Verde não foi registrado esse desaparecimento, e até onde sabemos em nenhuma cidade da região.