As instituições campo-verdenses, que desde o ano passado estão juntas na luta contra a violência doméstica, se reuniram novamente na semana passada, para intensificar as ações em torno do tema, que apesar de todos os esforços ainda é recorrente.
Os números da cidade assustam neste quesito. Por isso, as instituições e poderes públicos se uniram na prevenção desse mal que afeta a vida de milhares de famílias do município. O objetivo é apresentar as novidades a disposição das vítimas e tentar encontrar uma maneira de unir forças na prevenção dos casos de violência doméstica, para que elas não acabem na justiça.
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Os números apresentados demostram que mais de 60% das ocorrências de crimes na cidade estão ligados à violência doméstica, mesma porcentagem de casos que acabam chegando à vara criminal do poder judiciário e isso assusta, segundo as autoridades.
A secretária de Apoio à Segurança Pública, Viviane Bernardino Ferreira, explica que o projeto em Campo Verde une desde o atendimento na Delegacia, quando é registrado o boletim de ocorrência, até tratamento psicológico à família da vítima com a Secretaria de Saúde, e atendimento social, como cursos e assistência alimentícia, envolvendo a Secretaria de Assistência Social do município.
“Trabalhamos para fazer a integração entre todas as instituições que podem colaborar no enfrentamento e combate à violência contra a mulher. Um trabalho está sendo feito junto à Delegacia de Polícia, propondo um atendimento mais humanizado à vítima quando ela vai registrar a ocorrência. Também desenvolvemos um folder explicando à mulher o que é violência, se o que ela pode estar sofrendo em casa é considerado violência e o que tem à disposição dessa mulher na rede de apoio, assim como os números de contato. Às vezes a mulher é atendida na delegacia, pede medida protetiva, mas e depois? O que vai ser dela? Ela precisa de um curso, de uma cesta básica? Agimos pensando nisso”, afirma.
A Patrulha Maria da Penha, uma das principais armas contra esse tipo de violência, realiza o trabalho através da jornada voluntária de três policiais militares que já atuam na cidade. Eles acompanham a situação da vítima de violência, com visitas em domicílio, e também fazem um trabalho de conscientização junto ao suposto agressor.
“Disponibilizamos através da jornada voluntária para que duas policiais femininas – Sd Karine e Sgt Josiely – e também o Sd Pablo, ficassem responsáveis pela Patrulha. Eles vão trabalhar nos dias de folga, duas vezes por semana, fazendo essa fiscalização. Poderão ser feitas até três visitas para a mulher vítima de violência, para identificar se ela vive uma situação de baixo risco, moderado ou de alto risco. E uma visita também ao homem, conscientizando sobre as medidas protetivas que ele tem que cumprir”, explica.
Portanto, as mulheres vítimas de violência em Campo Verde tem, não apenas a fiscalização e monitoramento feito pela Patrulha Maria da Penha, mas também toda uma rede de apoio formada pelos parceiros.
Mas isso ainda não está sendo suficiente, apesar dos bons frutos já colhidos, a nova reunião colocou foco nas ações de prevenção, e também de penalização de infratores, principalmente os reincidentes.
Na cidade existe a Lei nº 2.722/2021, que cria o Código Sinal Vermelho. De acordo com a vereadora Socorro, a Lei protege as mulheres no momento de denunciar, garantindo a elas discrição e sigilo. “Esta lei protege as mulheres no pedido de socorro. Ela traz o Código Sinal Vermelho, pois a qualquer momento em que a mulher se sentir agredida, ela poderá sair para a rua e pedir socorro. O Código Sinal Vermelho estipula que a mulher não precisa nem falar. Mesmo que ela esteja com o agressor, basta ela mostrar a mão com um “X” vermelho e as pessoas que visualizarem poderão acionar os canais de segurança pública”, explicou a vereadora.
Ainda de acordo com ela, será feito um trabalho de orientação e conscientização sobre os vários tipos de violência contra a mulher. “O nosso objetivo é dar ampla divulgação para que as mulheres tenham conhecimento do que é uma violência. Muitas vezes ela acha que é um tapa no rosto, um xingamento, mas tem muitas outras formas. Seja violência sexual, patrimonial, psicológica”, afirma.